Uma possível greve das merendeiras da rede municipal de Caxias do Sul, programada para a quinta-feira, pode não ocorrer devido a uma ação judicial que deve garantir o pagamento dos salários atrasados. O grupo de 176 funcionárias terceirizadas ainda não recebeu a remuneração referente ao mês de fevereiro, que deveria ter sido paga no quinto dia útil, ou 7 de março, pela FA Recursos Humanos LTDA, responsável pela contratação das profissionais em Caxias e com sede em Porto Alegre. Nesta segunda-feira, a prefeitura garantiu junto à Justiça que o dinheiro que seria depositado para a empresa para o pagamento das funcionárias fosse disponibilizado em uma conta da Justiça. Nesse caso, o recurso não passará pelas contas da FA e será encaminhado às merendeiras via Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp). O montante em atraso não foi divulgado.
— A partir de agora, assim que o juiz liberar esse valor, o sindicato vai chamar as funcionárias para poder efetuar os pagamentos diretamente para as merendeiras — explica a diretora financeira da Secretaria Municipal da Educação, Danúbia Sartor.
A adesão ou não a paralisação por tempo indeterminado deve ser tratada em uma assembleia quarta-feira, convocada pelo Sindilimp. Entretanto, com o pagamento dos salários previsto para ocorrer entre quarta e quinta-feira, a expectativa é que as trabalhadoras não paralisem os serviços.
O atraso no pagamento da remuneração não é inédito, segundo o sindicato e as funcionárias. Em janeiro, as profissionais ocuparam a Câmara de Vereadores para solicitar a ajuda dos vereadores. Na ocasião, elas protestavam pela falta de pagamento do salário do mês de dezembro de 2017 e entregaram um documento ao presidente da Câmara, Alberto Meneguzzi (PSB).
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— É uma situação que vem se enrolando desde 2015 e que teve o agravamento em dezembro, quando elas (merendeiras) entraram em férias coletivas. Agora, tentamos contato com empresa novamente, mas eles nunca mais atenderam. Sexta-feira passada nos reunimos com o poder público para pedir ajuda, já que a prefeitura deve atuar como fiscalizadora — explica o presidente do Sindilimp, Henrique Silva.
Conforme o presidente do Sindilimp, o sindicato também tratará na assembleia sobre a possibilidade de o município rescindir o contrato com a FA Recursos Humanos. O contrato, segundo, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) segue até a metade do ano.
— Precisamos garantir que caso isso ocorra os funcionários tenham seus direitos garantidos — reforçou Silva.
A reportagem tentou contato com a empresa por telefone durante a tarde de segunda-feira, mas não obteve retorno dos responsáveis.