Após cerca de 21 horas como refém de três sequestradores, uma empresária do ramo gastronômico de Gramado foi libertada no final da noite desta terça-feira em Gravataí. Dois homens foram presos e um adolescente de 16 anos foi apreendido. Os três, que chegaram a pedir R$ 1 milhão pelo resgate, foram detidos em Cachoeirinha após pagamento de quantia inferior.
Um dos criminosos é ex-funcionário da vítima. Ele foi o mentor do crime e não aceitou as condições em que foi demitido. Os três investigados foram monitorados pelos agentes e a família da empresária foi acompanhada, bem como orientada pelos policiais durante toda a negociação.
A mulher foi abordada no início da madrugada de segunda-feira quando se deslocava para sua residência em Gramado e após dar carona para funcionários. O fato ocorreu pouco antes da 1h entre os bairros Vila Moura e Dutra. Às 9h30min, ocorreu o primeiro contato telefônico, o que confirmou extorsão mediante sequestro.
Durante algumas conversas entre familiares e criminosos, o valor do resgate foi reduzido e foi combinado local de pagamento, no caso, uma parada de ônibus em Gravataí. Após a vítima ser libertada, os sequestradores foram abordados pela polícia dentro de um veículo. O dinheiro foi recuperado. Além do adolescente, os presos adultos têm 36 e 20 anos.
— É importante que a polícia seja sempre acionada. Nosso objetivo maior é preservar a vítima e depois o patrimônio. Conseguimos essas duas coisas com êxito — diz o delegado Joel Wagner, responsável pelas negociações.
O delegado Heliomar Franco, diretor da Delegacia Regional de Gramado, destacou que o valor pago aos sequestradores não foi divulgado porque é uma estratégia da polícia. Além disso, disse que o nome da vítima não foi revelado para garantir a segurança dela e da família. Os nomes dos sequestradores também não foram divulgados para preservar a empresária, já que um deles foi funcionário dela.
A ação da Polícia Civil foi da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Delegacia de Gramado. O diretor do Deic, delegado Rodrigo Bozzetto, afirmou que neste ano ocorreram 15 sequestros no Rio Grande do Sul e todos foram resolvidos com as vítimas resgatadas sem qualquer tipo de lesão. No caso do adolescente, a medida a ser cumprida pelo ato infracional poderá ser de até três anos de internação. No caso dos adultos, a pena pode variar de oito a 30 anos de prisão pelo crime de extorsão mediante sequestro.