O Tribunal do Júri de Caxias do Sul condenou nesta segunda-feira Robes Dolinski, 26 anos, pelos homicídios de Rosangela Consoli dos Santos Alves, 45 anos, e Vanessa Gobetti Jiordani, 21 anos, cometidos em 2014. Na ocasião, os corpos da vítimas foram jogados na barragem da Maestra.
A juíza Milene Froes Rodrigues Dal Bó sentenciou o réu a 32 de prisão pelos crimes de homicídio qualificado (mediante dissimulação e meio cruel) e ocultação de cadáver. Após o Júri, Dolinski seria levado de volta para o Presídio Central de Porto Alegre, onde está recolhido há três anos.
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Cerca de 40 pessoas acompanharam o julgamento, que teve início na manhã de segunda-feira, por volta das 10h, e só foi encerrado por volta das 22 horas. O primeiro a depor foi o delegado que tratou dos casos na época, Rodrigo Kegler Duarte. Em seguida, sete pessoas foram ouvidas pelo Júri – três pela defesa e quatro pela acusação.
Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), Rosangela foi abordada por Dolinski na casa de baile Fogo de Chão, na madrugada do dia 26 de julho de 2014. Câmeras de segurança do estabelecimento flagraram os dois, por volta das 2h10min, saindo do local. Na sequência, ela teria entrado no veículo do acusado e seguido com ele até a barragem Maestra. Perícias indicaram que ela foi golpeada na cabeça e acabou morta com disparo de arma de fogo no pescoço. O corpo da vítima, jogado na represa, só foi encontrado no dia 16 de agosto daquele ano.
Em 28 de julho, Dolinski teria encontrado Vanessa na boate Bocca d'Oro. Segundo o MP, o réu, que saiu com a vítima de carro, também a teria assassinado na barragem Maestra. Vanessa foi morta por asfixia mecânica (estrangulamento) e jogada na represa. O corpo, encontrado no dia 9 de agosto, estava amarrado a uma pedra de cerca de 10 quilos, segundo atesta a denúncia do MP.
Defesa promete recorrer e pedir anulação do julgamento
Ao longo da sessão, a acusação sustentada pela promotora Silvia Regina Becker Pinto, salientou o fato de ter sido encontrado sangue com perfil genético de Vanessa no estofamento do carro de Dolinski.
Em depoimento aos sete jurados, o réu confirmou ter dado carona às vítimas após a saída das festas, mas negou ter cometido os crimes. A defesa de Dolinski afirma que o acusado não é o assassino. Os advogados Leonel Ferreira e Vitor Hugo Gomes sustentam que "não há provas para a condenação" e garantem que irão recorrer da sentença. Os defensores devem solicitar a anulação do julgamento e pedir que se façam exames para comprovar a insanidade mental do réu.
– Essa não era uma tese da defesa, mas como chegou a ser discutido durante o julgamento que ele seria psicopata, logo ele não pode responder pelo crime – afirma Ferreira.