A Delegacia de Homicídios de Caxias do Sul espera receber na próxima semana o resultado do exame de DNA que confirma as identidades das quatro vítimas carbonizadas durante uma chacina no bairro Pioneiro no dia 11 de junho. O Instituto Geral de Perícias (IGP) concluiu e remeteu o laudo no dia 28 de julho. Contudo, a documentação ainda não chegou nas mãos do delegado Rodrigo Kegler Duarte. A identificação oficial das vítimas era considerada essencial para prosseguir a investigação da autoria e motivação do crime.
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Todas as amostras colhidas de familiares foram compatíveis e confirmaram que as vítimas são Anderson Teixeira Maciel, 17 anos, a mãe dele, Tatiane Teixeira, 36, a namorada do rapaz, Emily Conceição da Silva, 16, e Adriano Slongo, 34, apontado por moradores da Rua João D'Andréa como responsável pela casa atacada, apesar de não ser o proprietário oficial do imóvel.
De acordo com o IGP, um exame de costuma demorar entre 60 e 90 dias. Como o laudo só é feito em Porto Alegre, a velocidade da resposta surpreendeu até o coordenador regional Airton Kraemer.
– Havíamos solicitado prioridade para este caso e fomos atendidos – comemora o perito de Caxias do Sul.
Disputa pelo tráfico
Com quatro vítimas baleadas e incendiadas, uma crueldade e violência incomum para Caxias do Sul, a chacina do bairro Pioneiro reforça o receio de que facções da Região Metropolitana estejam subindo a Serra. Para a Delegacia de Homicídios, o crime tem características de disputa de território pelo tráfico de drogas. O incêndio, provavelmente, teve a intenção de destruir aquele ponto de vendas.
Familiares de Anderson e Tatiane relataram que o jovem era usuário de drogas e teria ido até a residência para comprar maconha. Sua mãe e namorada o teriam seguido para evitar que o rapaz seguisse no vício. Foi quando houve o ataque criminoso. Parentes de Emily, que moram em outra região da cidade, lamentam que a adolescente estava no local errado e na hora errada.
Segundo relato da vizinhança do bairro Pioneiro, a quarta vítima seria o homem responsável por vender drogas na casa que era utilizada como ponto de tráfico há anos. Adriano Slongo era natural de Maximiliano de Almeida e tinha diversas passagens na polícia, principalmente em Erechim. Sua ficha inclui dois homicídios, receptação, posse ilegal de arma de fogo e roubo. Em Caxias do Sul, Slongo havia sido preso por receptação em outubro de 2015.