A Brigada Militar (BM) de Caxias do Sul pretende fazer um levantamento sobre onde estão e quanto são os pontos de consumo de drogas conhecidos na cidade e colocar à disposição da prefeitura. A intenção é viabilizar uma ação conjunta com as secretarias municipais de Saúde, Assistência Social e Urbanismo, semelhante a um trabalho realizado cinco anos atrás. A possibilidade foi levantada pela secretária municipal de Urbanismo, Mirangela Rossi, em reportagem do Pioneiro sobre as cracolândias da cidade, publicada na edição de quarta-feira.
Leia mais
"Usuários de drogas são os mais rechaçados pela população", afirma assistente social de Caxias do Sul
Quase invisíveis, cracolândias persistem e geram insegurança em Caxias do Sul
Aumento de dependentes em Caxias do Sul prova que política de combate a droga é insuficiente
Líderes comunitários cobram ação decisiva da prefeitura contra cracolândias em Caxias do Sul
Em abril de 2012, após casos onde moradores agiram sozinhos e destruíram pontos de drogas nos bairros Esplanada e Jardelino Ramos, uma força-tarefa da BM e da prefeitura mapeou 23 áreas de consumo e identificou 68 pessoas que viviam em terrenos baldios e casas abandonadas. A maioria era viciada em crack. Desse total, oito pessoas aceitaram ajuda. Um deles concluiu o tratamento contra as drogas, se reaproximou da família e conseguiu emprego como metalúrgico.
Após a notificação da prefeitura, seis proprietários de espaços abandonados cercaram e limparam os locais.
– Lembro que teve houve um esforço conjunto, com um trabalho extenso e de bom resultado. Só que, com o tempo, acabamos nos afastando por esta forma de trabalhar da Assistência Social, que prefere uma abordagem sem a polícia – relembra o major Jorge Emerson Ribas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).
A força-tarefa chegou a ser repetida em 2013 e 2014, porém sem a mesma mobilização – a BM, por exemplo, não participou. Os resultados, inexpressivos, foram pouco divulgados. Outra promessa da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social naquela época também seguiu adiante: capacitar os agentes para motivar a população de rua a procurar auxílio.