A casa incendiada com quatro pessoas dentro em Caxias do Sul seria um ponto de tráfico conhecido dos moradores do bairro Pioneiro. A venda de drogas ocorreria há pelo menos dois anos e confusões com usuários faziam parte da rotina da região. No entanto, nos últimos meses, a casa teria virado alvo de uma facção criminosa, denunciada pela Polícia Civil, e, com isso, a gravidade das ocorrências teria aumentado.
– Sempre houve disputa por este ponto. A proprietária não morava mais no local, só ficava por alguns períodos. A facção já teria matado a filha dela em um ponto de tráfico no bairro Fátima, no ano passado – relata o morador da Rua João d'Andrea, mesma rua da casa incendiada.
As vítimas da chacina seriam dois homens e duas mulheres. Um deles é apontado como o companheiro da proprietária, que se recusou a parar de vender drogas no local apesar das ameaças da facção. O outro morto seria um rapaz, usuário de drogas, que pretendia comprar maconha após jantar em uma lancheria da mesma rua. As duas mulheres seriam a mãe e a namorada do jovem usuário, que não queriam que o rapaz seguisse no vício. Elas estariam no local para impedir que ele comprasse droga.
Os três teriam sido vistos por vizinhos entrando na casa pouco antes do crime. Um familiar foi até o Departamento Médico Legal (DML) para identificar as vítimas, porém os corpos estavam carbonizados e o reconhecimento não foi oficializado.
– Este "dono da casa" tinha um problema na perna, então tenho certeza que um (dos corpos) é ele. Os outros eram magros, então é difícil reconhecer (diante do estado carbonizado das vítimas). Acredito que é a minha sobrinha e o namorado dela – afirma um encanador que seria tio de uma das vítimas.