Com o término do prazo para o credenciamento de empresas interessadas em gerenciar a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Zona Norte, as oito inscritas serão avaliadas agora por um grupo de trabalho que inclui várias secretarias do município. A intenção é verificar a validade da documentação apresentada.
Somente após o primeiro procedimento de triagem, as empresas habilitadas poderão concorrer oficialmente ao edital – ainda não lançado – , que definirá os critérios específicos da seleção. Apesar de existir a possibilidade de nenhuma das proponentes apresentar a documentação exigida, a secretária de Recursos Humanos e Logística, Vangelisa Lorandi, acredita que isso dificilmente deva ocorrer.
– As empresas envolvidas no chamamento já têm experiência na área. Ainda assim, faremos um trabalho minucioso de análise – promete.
O município, no entanto, reitera a expectativa de iniciar os atendimentos na UPA o quanto antes.
– Nossa intenção é agilizar o processo para conseguirmos cumprir com a meta de abrir a UPA em setembro – explica a diretora-executiva da Secretaria Municipal da Saúde, Ana Paula Grando Fonseca.
A empresa escolhida receberá R$ 1,5 milhão mensais dos cofres públicos e ficará responsável pela contratação e gerência dos funcionários, como médicos, enfermeiros, técnicos, recepcionistas e vigilantes, por exemplo. Nos primeiros meses, somente os recursos municipais devem pagar o funcionamento do pronto-atendimento, porque a prefeitura só poderá pedir o credenciamento para receber o valor de custeio do Ministério da Saúde quando abrir a unidade.
Críticas à gestão compartilhada
Uma das entidades que inicialmente se manifestou contra o modelo de gestão compartilhada proposto pela prefeitura, a União das Associações de Bairros (UAB) agora torce pelo início do trabalho o mais rapidamente possível, segundo o presidente da entidade, Flávio Fernandes:
– Não aprovamos essa forma de gestão, o ideal seria valorizarmos os servidores locais. Mas, entre abrir desse jeito e não abrir, preferimos apoiar a agilização do início de funcionamento, pela necessidade da comunidade da região Norte.
De qualquer forma, a UAB promete exercer um papel de fiscalizador durante todo o processo.
– O nosso maior receio é a empresa que será escolhida. Nunca sabemos a qualificação de fato e temos muitos exemplos negativos. Por outro lado, temos casos bastante positivos, como, por exemplo, a própria gestão do Hospital Geral – afirma Fernandes.
O Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), por outro lado, se mantém firme contra a decisão da prefeitura. A presidente da entidade, Silvana Piroli, diz que seria possível oferecer maiores garantias de continuidade e um serviço mais qualificado mantendo a UPA nas mãos da prefeitura.
– Somos contra qualquer tipo de terceirização, pois sempre há o risco de que o serviço não seja efetuado. Temos até um exemplo bem próximo com a greve ocorrida recentemente dos funcionários da UPA de Bento Gonçalves –complementa.