A Polícia Civil deflagrou em Porto Alegre, Alvorada e em Caxias do Sul na manhã desta segunda-feira uma operação para prender integrantes de quadrilha investigada pelo roubo de um helicóptero há exatamente um mês na Serra gaúcha. No bairro Stella Maris, em Alvorada, foi presa no condomínio Moradas Club, de forma temporária, uma mulher envolvida no esquema que estaria por trás de possível resgate de presos em Charqueadas.
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A chamada operação Ranger é da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A primeira parte da ação concentra esforços no roubo da aeronave em Canela e no sequestro do piloto, dia 8 de abril, para depois desvendar de fato o motivo da ação criminal. Segundo o delegado João Paulo de Abreu, foram cumpridos sete mandados de busca e dois de prisão. A mulher, 27 anos, presa temporariamente, não teve o nome revelado, mas deve ter a prisão preventiva pedida à Justiça se for reconhecida pela vítima.
Ela, segundo o que foi apurado, esteve no sítio onde o helicóptero pousou e foi encontrado pela polícia. A participação dela seria dar cobertura ao grupo. Com o depoimento da mulher, os agentes pretendem confirmar o envolvimento de outros integrantes da quadrilha.
Foragido
Um dos componentes do grupo criminoso teve a foto divulgada no mês passado e seria o responsável por contratar o helicóptero e sobrevoar da Serra para a Região Carbonífera. Troca de mensagens pelo Whatsapp comprovaram o envolvimento dele. Outro suspeito foi alvo hoje da operação, na cidade de Caxias do Sul, mas não foi localizado. Foram cumpridas buscas em imóveis em que ele esteve no intuito de localizar armas usadas no roubo. Os três têm várias passagens pela polícia.
Entenda o caso
No dia 8 de abril, por volta das 11h, em Canela, um homem, que disse se chamar William, contratou os serviços da empresa Tri Táxi Aéreo. Após decolarem, a aeronave seguiu para Triunfo e pousou em um sítio, conforme previsto no contrato.
Neste local, "William" e o piloto desembarcam e são recepcionados por uma mulher. No entanto, surge grupo armado e o piloto é feito refém. A mulher é a suspeita presa hoje e William, que na verdade seria o Erik Müller, é considerado foragido.
A vítima é mantida em cárcere por pelo menos mais seis bandidos. Paralelo a isso, eles iniciam uma série de “adequações” no helicóptero, retirando suas portas, os sistemas eletrônicos de geolocalização, com a finalidade de se praticar, a que tudo indica, outra ação criminosa. Além disso, cordas reforçadas são depositadas dentro da aeronave.
Um dos criminosos, que não era o Müller, investigado pela contratação dos serviços, faz aeronave decolar e realiza um voo rápido, pousando no mesmo local. Horas depois, a vítima é libertada pelo próprio grupo na Capital. Os criminosos que haviam permanecido no sítio abandonaram o local.
Testemunhas já foram ouvidas, inclusive o responsável pelo sítio de Triunfo. Neste local, vários objetos usados na ação da quadrilha foram apreendidos. Também foram realizadas perícias na área, nos materiais, no helicóptero e em carros usados pelos suspeitos. Foi em um deles que a polícia encontrou digitais de Müller.