O Hospital São Carlos, de Farroupilha, gasta cerca de R$ 2,6 milhões por mês contra uma arrecadação de aproximadamente R$ 2,1 milhão. A maior parte dos recursos sai dos cofres municipais – R$ 1 milhão por mês. Outros R$ 600 mil têm a União como fonte, R$ 100 mil são recursos estaduais e R$ 400 mil pagamentos dos planos de saúde. O déficit de R$ 500 mil mensais é calculado pela direção do hospital. As informações são da Gaúcha Serra.
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O diretor-técnico da instituição, Tiago Brunet, defende a demissão de funcionários como uma forma de reduzir o prejuízo. Ele afirma que o hospital pode garantir o funcionamento pleno com o corte de 100 vagas de emprego. Hoje, são 380 funcionários. A medida, na avaliação de Brunet, resultaria numa economia de R$ 300 mil.
Segundo o médico, isso levaria à adequação de recursos humanos ao número de atendimentos, já que dos 108 leitos disponíveis, a média de ocupação é de 40%. Brunet, que também é vereador, diz que o esvaziamento ocorre porque médicos de Farroupilha têm indicado internação em hospitais de Caxias do Sul.
A situação envolve uma briga entre a administração municipal, a direção do hospital e os médicos. Conforme a pediatra Eleonora Broilo, vereadora da oposição, os médicos estabeleceram uma relação de desconfiança depois de sofrerem com falta de respeito, de pagamento e com retaliação.
O déficit de R$ 500 mil a cada mês coloca o atendimento em uma situação delicada. Técnicos e auxiliares de enfermagem, recepcionistas, funcionários da copa, cozinha e higienização estão em greve desde a sexta-feira por causa do atraso no pagamento do 13º salário. Enfermeiros fazem paralisação de duas horas por turno.
Os movimentos podem chegar ao fim nos próximos dias se uma negociação envolvendo o Poder Judiciário progredir. Por iniciativa do Sindisaúde, uma proposta foi a apresentada ao hospital. A direção fez uma petição à Justiça do Trabalho para que libere uma verba de R$ 310 mil que está bloqueada para garantir o pagamento de rescisão de funcionários demitidos e que não foram pagos.
Conforme o presidente do Sindisaúde, Danilo Teixeira, o valor será suficiente para pagar parte da segunda parcela 13º dos funcionários. Mesmo assim, essa parcela garantiria o retorno aos trabalhos.
Pediatras que atuam no plantão do hospital também estão em greve por atraso no pagamento dos salários.