Depois da medida do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que proibiu a Codeca de transportar coletores de lixo orgânico no estribo do caminhão, as equipes têm tido dificuldade para dar conta do serviço. A estimativa do diretor-presidente da companhia, Paulo Ballardin, é de que 50% da coleta manual esteja atrasada. Uma reunião no final da manhã desta terça-feira entre a Codeca, o MTE e o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp) deve buscar ajustes na determinação. O recolhimento automatizado (resíduos contidos em contêineres) está em dia.
– Como não pode mais andar no estribo, os coletores têm que andar 20 Km, 30 Km. Fora o risco de mordidas de cachorros. Está virando um caos. Vamos rezar para que eles retirem a interdição – diz Ballardin.
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Segundo o gerente Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Vanius Corte, a medida não deve ser completamente retirada, mas pode ser adaptada caso a Codeca apresente propostas que diminuam o risco de acidentes com os coletores, motivo que gerou a proibição feita na semana passada. Conforme o diretor-presidente da Codeca, a companhia deve apresentar o compromisso de que os veículos que levarem trabalhadores no estribo não ultrapassarão a velocidade acima de 30 km/ h. O estribo fica traseira do veículo, junto ao compactador de resíduos.
– Se eles propuserem medidas paliativas, que reduzam o risco, poderemos rever. O que pretendemos é reduzir o risco oferecido pela atividade – explica Vanius.
O diretor-presidente da Codeca estima que para manter o serviço em dia sem o recurso do estribo – que funciona como uma carona entre um ponto de coleta e outro dentro do bairro – seria necessário dobrar o quadro de funcionários. Atualmente, cerca de 260 coletores atuam em três turnos, de seis horas cada.
– O pessoal está voltando cansado, estressado – sinaliza Ballardin.
O atraso na coleta ocorre em diversos bairros, como Cruzeiro, Cidade Nova e Mariland, Marechal Floriano e Presidente Vargas. Morador do Marechal Floriano, Roberto Boeira, 58, diz que os resíduos deveriam ter sido levados ainda na segunda-feira.
– Vai ficar uma imundície se não recolherem, daqui a pouco os cachorros vão começar a rasgar os sacos – avisa.
Assim como a Codeca, o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp) discorda do MTE e acredita que o recurso é uma ferramenta de trabalho e que seria desumano fazer com que os coletores façam longas extensões a pé.
Resíduos
Metade da coleta manual de lixo em Caxias está atrasada
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Cristiane Barcelos
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