A Polícia Civil de Caxias do Sul ainda busca depoimentos de testemunhas para confirmar os motivos que levaram Luiz Cabral Nunes Pereira, 79 anos, a matar a esposa, balear a enteada e, em seguida, se suicidar. A sequência teve início no começo da manhã desta segunda-feira: por volta das 8h, familiares encontraram o corpo de Geni de Camargo, 59, com um tiro na cabeça. Ela estava deitada numa cama, na moradia do casal, junto a uma borracharia da Avenida Dr. Assis Antônio Mariani, no bairro Esplanada.
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Minutos antes de Geni ser encontrada, Pereira já havia se deslocado de carro até a casa de uma enteada. No local, na esquina Tronca com a Angelina Michielon, também em uma borracharia, ele tentou matar Gildete de Camargo, 42, com um tiro. Transtornado, o idoso percorreu saiu da borracharia e seguiu até o Loteamento Vitória, na região do São Victor-Cohab, onde se matou dentro do veículo.
Conforme Marcelo Grolli, delegado interino da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD), Pereira deixou uma série de escritos em que reclamava da família e dizia que iria se matar. Uma informação extraoficial aponta que o idoso descobriu que a esposa repassava o dinheiro da borracharia para a enteada. A Polícia Civil não confirma se o relato está nas cartas.
– São 15 folhas com uma letra bem difícil, então não conseguimos compreender todo o conteúdo. O caso está resolvido e o inquérito será concluído nos próximos 30 dias – resume.
A atitude de Pereira surpreendeu amigos e vizinhos. Um homem, que pede para não ser identificado, contou que o idoso era tranquilo e não aparentava enfrentar problemas familiares. Porém, testemunhas que estavam próximas ao local do crime afirmam que nos últimos dias Pereira estava agressivo e por diversas vezes discutiu com a esposa.
Procurada pelo Pioneiro, a família das vítimas não quis se manifestar. Gildete foi baleada na perna e está internada no Hospital Virvi Ramos. O estado de saúde dela não é grave. O corpo de Geni será sepultado nesta terça-feira, às 13h, no Cemitério Santos Anjos.
NÚMEROS
No ano, já são 16 mulheres assassinadas em Caxias. Desse total, cinco são vítimas da violência doméstica. As demais foram mortas por outros motivos como assalto, desavenças e tráfico de drogas.