O transporte coletivo de Caxias do Sul registrou queda de 6% no número de passagens pagas nos últimos 12 meses. O impacto é causado basicamente pela crise econômica, mas também sofre influência do SIM Caxias. A informação é da Gaúcha Serra.
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De acordo com o secretário de Trânsito, Manoel Marrachinho, historicamente o sistema perdia 2% dos passageiros na cidade devido à baixa eficiência do transporte. Essa, inclusive, foi uma das justificativas para a implantação do SIM Caxias. Com a crise econômica e o desemprego, porém, muitas pessoas que antes utilizavam o transporte coletivo não precisam mais sair de casa ou se deslocam menos. Elas aproveitam, por exemplo, para realizar várias atividades no centro de uma só vez, e deixam de fazer várias viagens.
Conforme o secretário, essa realidade têm ocorrido principalmente nas cidades de perfil industrial, como Caxias, e atinge a rentabilidade do sistema.
– A perda acontece basicamente sobre o vale transporte, ou seja, sobre os usuários que efetivamente sustentam o sistema. A pessoa que usa gratuitamente não abandona o serviço. Se isso se arrastar até o fim do ano, tende a pressionar violentamente os reajustes tarifários que vão acontecer na maioria das cidades a partir do ano que vem – analisa Marrachinho.
A influência do SIM Caxias no índice de perda é porque o modelo também causa redução nas passagens pagas, embora ela já fosse prevista. Com a integração das viagens, principalmente nas estações de transbordo, os passageiros que antes pagavam duas ou três passagens pagam apenas uma. Dessa forma, a integração dobrou desde o início do novo sistema. Em janeiro, as passagens eram integradas em 1,95% das viagens. Em maio, esse número já chegava a 4,18%, o que significa que 85 mil passagens deixaram de ser pagas por mês.
O estudo de 2004 que elaborou o SIM Caxias prevê até 6% de integração. Esse modelo gera economia para o passageiro, mas há diminuição da arrecadação para o sistema. Isso seria compensado pelo aumento no número de passageiros a partir da melhoria na qualidade do serviço. É justamente isso, no entanto, que a crise está impedindo.
Apesar dos resultados, o secretário considera que o sistema foi implantado em um bom momento porque os recursos estavam disponíveis e precisavam ser aplicados. Além disso, se o modelo não tivesse mudado, ainda haveria perda adicional de usuários por má qualidade do serviço.
O fator positivo é que, devido à crise, empresas já fecharam acordos para fornecer vale-transporte aos funcionários em vez de fretar ônibus particulares. Alguns acordos serão fechados ainda neste mês.