
Seguem interditadas por riscos estruturais, nesta quarta-feira (26), 18 moradias localizadas no bairro São Luiz, em Caxias do Sul. Cerca de 50 pessoas estão fora de casa desde a madrugada de terça-feira (25). De acordo com o tenente Armando Silva, coordenador da Defesa Civil municipal, a expectativa é receber até o meio-dia o laudo que determinará as condições dos 10 sobrados e oito apartamentos isolados após a verificação de fissuras em paredes.
Parte das famílias permaneceu no local na madrugada desta quarta para vigiar as casas e evitar eventuais roubos. Por conta própria, montaram uma espécie de acampamento, com barraca em lona com alimentos, colchões e cadeiras de praia. A Guarda Municipal auxilia no monitoramento.
Kamila Demori da Anunciação, 35 anos, proprietária de um dos sobrados, entretanto, não conseguiu dormir e segue acordada desde as 2h de terça. Ela conta que os moradores receberam doações e compraram comidas como pão, frutas, geleia e biscoitos para compartilhar.
Uma vizinha contribui com energia elétrica, por meio de um fio de extensão, e libera acesso a uma torneira. Essas duas condições garantem aos moradores água quente para preparar um café ou chimarrão, por exemplo. Ou, ainda, para que carreguem celulares.
— Nunca imaginei passar por isso, é complicado não ter onde ficar, não ter casa nos deixa muito abalados. A ficha ainda não caiu — confessa Kamila, ao lado do marido Joel Neto.
Ela tem expectativa de conseguir acessar o seguro da moradia, via Caixa Econômica Federal, instituição em que foi realizado financiamento.

Rosemere Belarmina da Silva, 40, que relatou na terça que seus dois gatos haviam ficado presos dentro de uma das residências, contou que um dos bichanos, o Mimi, conseguiu escapar e está em segurança com ela. O outro animal, o Polenta, ainda está lá dentro.
— Alguma estrutura estalou e cedeu um pouco, ainda, durante a madrugada, pela 1h — revela o marido de Rosemere, Ismael Cledir Soares, 41. Ambos seguem no acampamento e encaminharam os dois filhos, de 10 e 19 anos, para casa de familiares.
Possível demolição deve ser mencionada no laudo
O município disponibiliza aos moradores, desde a tarde de terça, dois banheiros químicos e copos com água potável, por meio do Samae. As moradias são particulares, no entanto, a prefeitura dá apoio técnico porque é uma questão de risco público, segundo o tenente Armando da Silva, coordenador da Defesa Civil municipal.
Uma equipe da Defesa Civil retornou ao endereço por volta das 8h30min desta quarta. O tenente Armando da Silva afirma que a técnica de escoramento, que possibilita provisoriamente a sustentação das casas, não foi apontada pelos técnicos, e que a demolição de estruturas em risco poderá ser mencionada no laudo.