A solidariedade na doação de roupas atingiu números impressionantes em Caxias do Sul e o recebimento foi interrompido nos centros de recebimento de donativos. A Fundação Caxias, que já direcionou agasalhos para as cidades atingidas pela chuva no Rio Grande do Sul e também para as 110 entidades caxienses as quais auxilia, estima ter roupas suficientes para mais uma leva de envio ao Estado.
Em anos anteriores, a Campanha do Agasalho trabalhava com a meta de arrecadar 230 mil peças. Neste ano, foram 6 milhões, de acordo com o presidente da Fundação Caxias, Euclides Sirena. Por isso, a arrecadação foi encerrada e se volta agora para o recebimento de novos itens.
— Iniciamos a campanha uma semana antes em função da catástrofe, e quando chegamos na data programada para o início já tínhamos atingido números muito superiores à meta. Precisamos encerrar, estamos com excesso de roupas. Já atendemos todo o Estado e temos roupas o suficiente para atender outra vez. Então, pedimos que a comunidade mande colchões, cestas básicas e produtos de higiene — relata Sirena.
Dezenas de fardos de roupa ocupam o centro do ginásio do Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida, em Caxias do Sul. Uma pequena montanha de roupas chegaram em uma carreta vinda de São Paulo no último domingo (19). São sete toneladas de agasalhos que precisarão passar pela triagem para, depois, serem encaminhadas a quem necessita.
O vai e vem das roupas e ato de estocá-las em dias frios e úmidos causam problemas como o mofo, já encontrado em algumas peças, segundo Sirena:
— Tem roupas que, com o decorrer dos dias, começam a mofar. Nesse sentido, pedimos que a comunidade doe outros itens. Precisamos de 12 mil colchões. Continuaremos com a Campanha do Agasalho, mas agora com outros itens, como roupas de cama e material de limpeza, por exemplo.
Na Faculdade Anhanguera, outro ponto de recebimento de donativos, voluntários seguem fazendo a triagem das roupas que chegaram em volume ainda maior quando as temperaturas começaram a baixar, na semana passada. Os agasalhos também passaram a ficar em segundo plano, diante da necessidade de outros itens.
— Precisamos de itens de higiene pessoal e material de limpeza. Água sanitária, sabonetes, rodos e baldes. São alguns itens que faltam quando montamos os kits para envios — diz o voluntário da Cruz Vermelha, Júlio Zambiazi.