A virada do ano já trouxe novos pequenos moradores à Caxias do Sul. O primeiro deles nasceu à 1h30min desta segunda-feira (1) pesando 3, 415 quilos e medindo 47,5 centímetros no Hospital Geral (HG). Olga Lorraine teve o nome escolhido pela mãe, que amamentava e se recuperava do parto normal acompanhada do marido, Veniet Jerome, 36 anos.
Mamando no peito da costureira Dieulene Charles, 35, a primeira bebê caxiense de 2024 não chorou enquanto a família recebia a reportagem em um quarto do hospital compartilhado com outros dois casais, no início da tarde desta segunda-feira. E quando distante da mãe, fazia menção com a boca de continuar mamando.
Na casa da família no bairro Cinquentenário, Olga terá a companhia de outros três irmãos, dois deles nascidos no Haiti. Como tantos outros imigrantes que desembarcam em Caxias, todos chegaram aos poucos. Primeiro veio o pai, por convite de uma prima há oitos anos. Hoje, ele trabalha como soldador. Logo depois, chegou a esposa e os dois filhos, atualmente com 12 e nove anos.
Em Caxias, Jerome enfrentou o frio. A baixa temperatura do inverno é o primeiro aspecto da cidade lembrado por ele ao responder que, no geral, gosta do lugar que fez de lar e prosperou. Em 2019, o pai segurou nos braços a primeira filha que não precisou trazer da terra natal. A menina completará cinco anos em fevereiro e poderá ajudar a família a cuidar de Olga que, de acordo com Jerome, será a última da prole:
— Fechamos a conta. A gente sempre quer o melhor para os nossos filhos, que tenham um bom emprego e superem o nosso sucesso. Que não tenham tantas dificuldades como tivemos, que tenham saúde e uma boa educação. Sonho que eles possam contribuir com o mundo em que viverão. Vou estar sempre aqui tentando dar condições pra isso e incentivando no que quiserem fazer da vida — emocionou-se o pai.
Tímida e bastante cansada, Dieulene amamentava a recém-nascida e concordava com o que o marido dizia. Ao posar para foto, ignorou dores e abriu o sorriso de quem pôs no mundo o primeiro bebê do ano em Caxias. Mãe experiente, sabia muito bem como conduzir a filha e como acomodá-la no peito.
Por telefone, Jerome avisou a mãe, que permanece no Haiti, sobre o nascimento da neta. Já é a segunda que a matriarca aguarda por conhecer, em uma futura e ainda não prevista reunião de família.
— Quem sabe um dia ela vem nos visitar e assim conhece a família que aumentamos aqui — disse Jerome.