"A economia de Nova Roma do Sul está parada". Assim o prefeito do município, Douglas Pasuch, inicia a entrevista com a reportagem sobre como está a cidade um mês após a enxurrada que fez o Rio das Antas levar a ponte de ferro, que fazia ligação com Farroupilha, no dia 4 de setembro. Além deste acesso a Nova Roma, outro, que é a balsa com Nova Pádua, também teve impacto, com diversas interrupções com a cheia do rio. Como consequência, o município estima prejuízo diário de R$ 150 mil.
Quando o volume do Rio das Antas permite, a balsa braçal, que atende 60 veículos/dia, entra em operação. Entretanto, conforme Pasuch, no mês de setembro, o leito do rio nunca esteve normal, sempre acima. Nesse caso, a cidade fica apenas com entrada e saída pelo acesso via Antônio Prado.
— Nesses cálculos (para chegar no valor de R$ 150 mil) estão os fretes do leito, do frango, do peru, de toda a produção daqui e mais os custos de deslocamento da sociedade para fora da cidade. A economia de Nova Roma está parada, nós não temos mais movimento, o Centro está parado, as empresas estão tendo um custo muito elevado para poder levar os seus materiais para o consumidor final, o nosso produtor de frango e de peru está com uma despesa maior de frete — desabafa o prefeito.
A cidade que tem como luto a ponte de ferro, datada de 1930 e entregue pelo governo do então presidente Getúlio Vargas, tirou de positivo o poder da união. Em questão de dias após a destruição da estrutura, empresários e produtores rurais se uniram e criaram a Associação dos Amigos de Nova Roma do Sul, para reerguer uma nova ponte, que já tem data para ser entregue: 31 de janeiro de 2024.
— O que temos de bom aqui é que foi criada uma Associação, que não tem nenhum político, é uma associação privada. Já está com o projeto, já temos a autorização do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem). Já foi feita, inclusive, a compra do aço e começou, na sexta-feira, a captação de recursos em nível nacional e também estamos fazendo visitas a empresas que possuem negócios com Nova Roma do Sul — diz Pasuch, que acompanha os envolvidos em algumas ocasiões.
Para arrecadar recursos, rifas e festas da comunidade, por exemplo, também são realizadas para permitir que o restante da população contribua. Em relação a futuras chuvas, em função do El Niño, a preocupação do prefeito segue com os acessos ao município. Felizmente, a cidade não possui famílias em zonas de risco, de acordo com o chefe do Executivo.
— A nossa cidade é no alto. Temos uma ou duas famílias que são ribeirinhas, porém não muito encostadas no rio, que tivemos que deslocar naqueles dias da chuva. Com o acompanhamento da hidrelétrica, temos agilidade para saber quando é necessário que eles saiam do local.