Marcada para as 15h desta terça-feira (17), uma solenidade de abertura dará início àquela que se projeta como a maior Mercopar da história. A 32ª edição da feira de negócios, promovida pelo Sebrae/RS e pela Fiergs, vai ocupar toda a estrutura do Parque da Festa da Uva, com mais de 610 estandes superando os 512 do último ano.
A expectativa do diretor-superintendente do Sebrae/RS, André Vanoni de Godoy, é de que R$ 500 milhões sejam gerados em negócios durante os quatro dias de evento. Tratar sobre inovação industrial e se especializar nisso, em um processo que se iniciou em 2019, é motivo atribuído por ele como o diferencial para atrair visitantes e expositores:
— Essa especialização em inovação industrial criou para a Mercopar uma vantagem única, que é ser um centro onde as empresas e os seus empreendedores podem fazer negócios e conexões. Isso realmente é algo que poucas feiras do mundo conseguiram entregar — diz Godoy.
O crescimento da feira nos últimos anos é exponencial e encabeça a lista dos motivos que levam a acreditar que a edição deste ano seja histórica. De acordo com gerente de Competitividade Setorial do Sebrae/RS, Fábio Krieger, o crescimento registrado no ano passado, quando foram movimentados R$ 430 milhões, em comparação com 2021, foi de 77%.
— Temos a expectativa de viabilizar 4,5 mil reuniões de negócios para mais de 210 compradores nacionais e internacionais. Uma empresa quando vem para uma feira busca visualizar tendências, dar visibilidade a sua marca e ter relacionamento com clientes. E a Mercopar oferece tudo isso — pontua Krieger.
Nos bastidores da Mercopar, são 250 fornecedores diretos e 1,2 mil pessoas que trabalharam na montagem das estruturas. Ainda segundo Krieger, se o espaço físico comportasse, a Mercopar de 2023 seria ainda maior:
— Não conseguimos espaço para todas as empresas que tinham interesse. Como feira, isso demonstra que o evento de fato se conectou com as necessidades das indústrias, justificando o motivo de quererem estar presente — diz.
Rede hoteleira agradece
O movimento gerado pela Mercopar faz a rede hoteleira de Caxias do Sul superar em 90% a taxa de ocupação. De acordo com o Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região da Uva e Vinho (Segh), em alguns dias do evento, os cerca de 3,2 mil leitos disponíveis na cidade estarão ocupados.
O impacto é positivo também na região. Em Farroupilha, por exemplo, a rede hoteleira contabiliza um acréscimo de 30% na ocupação dos leitos. A expectativa do presidente do Segh, Marcos Ferronato, é de que o restante das ofertas seja ocupado nos próximos dias:
— É uma característica dos últimos tempos deixar para fazer a reserva muito próximo ou no dia da viagem. A Mercopar movimenta a cadeia do turismo, além do setor industrial. Nós, do Segh, vibramos com mais esta edição acontecendo — ressalta.
Crescimento a cada edição
Com faturamento de R$ 11 bilhões em 2022, a Randoncorp acompanha o crescimento da Mercopar e está presente desde as primeiras edições da feira de negócios. São quatro anos consecutivos de expansão em uma das principais empresas do país e que apresenta suas evoluções a cada edição do evento.
Para o superintende de tecnologia avançada da Randoncorp, César Augusto Ferreira, se reinventar não é uma condição única das feiras, mas para o sucesso de qualquer tipo de negócio:
— As indústrias precisam estar conectadas e mais preparadas para encarar o novo normal que, hoje, traz o conceito de fábrica inteligente, traz uma transformação de captura e entendimento de dados. Isso trouxe uma necessidade de mudar a perspectiva. Hoje não se vende uma máquina puramente, se vende uma solução. O mercado está muito mais sedento em como fazer diferente — pontua.
A Mercopar, para a Randoncorp, é a oportunidade de mostrar uma nova identidade e a abordagem atualizada, de vender soluções:
— De três a quatro anos para cá, percebemos uma mudança significativa. A feira mudou de cara e a Randon também. Precisamos mostrar que a Randon é muito mais tecnológica do que costumava ser — argumenta Ferreira.