Passado um ano e três meses desde as tratativas entre o município e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), em busca de alternativas para reduzir acidentes no acesso ao bairro Serrano, pela Rota do Sol, em Caxias do Sul, os projetos para uma solução ainda aguardam por um desfecho. Trata-se do trecho via Travessão Leopoldina, que é considerado um dos pontos mais perigosos da rodovia. O quilômetro 145 da RS-453 é um dos gargalos históricos do trânsito dentro do perímetro urbano do município, onde são registrados acidentes com frequência, inclusive, com morte.
O cruzamento não conta com nenhum dispositivo de segurança aos motoristas. O acesso leva a um roteiro que permite uma redução da distância do Centro até os bairros da região do Serrano, mas o entroncamento com a Rota do Sol é muito movimentado. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos, foram registrados três acidentes com mortes no mesmo ponto. No caso mais recente, Zelito Velho, 49 anos, perdeu a vida após uma colisão entre uma motocicleta e uma caminhonete Toro, na última segunda-feira (17). O acidente ocorreu por volta de 14h30min. Velho pilotava uma moto XRE 300. Ele recebeu atendimento, mas morreu a caminho do hospital. De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), a moto transitava no sentido Litoral-Caxias do Sul.
É comum marcas de acidentes naquele trecho. No mês de junho, aconteceu uma colisão entre um caminhão e uma van, que deixou uma pessoa ferida. Segundo o condutor do caminhão, que estava com uma carga de adubo orgânico, ambos os veículos seguiam no sentido Farroupilha-Litoral. O acidente aconteceu quando a van cruzava a pista para entrar no bairro Serrano, pouco após acessar o acostamento para aguardar a passagem. Não havia passageiros no veículo.
O movimento no local aumentou consideravelmente depois que o acesso pelo Travessão Leopoldina foi pavimentado. O resultado é uma espera de até 20 minutos em horários de pico para realizar conversões à esquerda e transpor de uma via para outra. Em 7 de abril de 2022, a prefeitura e o Daer vistoriaram o trecho. Naquela ocasião, o prefeito Adiló Didomenico, o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias, Alfonso Willenbring e vereadores estiveram no entroncamento, juntamente com o diretor de Regulamentação de Circulação do Daer, Maicon Perini.
Perini sugeriu a implantação de um refúgio com tachões ou a construção de uma rótula, mas adiantou que o Daer não tinha como elaborar os projetos. Foi então que o município se comprometeu a fazer os estudos e encaminhar para o governo do Estado. Contudo, até o momento, a questão não avançou. Conforme a assessoria de imprensa da secretaria, após esse encontro, o secretário esteve em Porto Alegre para conversar novamente sobre o assunto, e disse para o Daer que o município não poderia assumir o projeto. Mesmo assim, a área técnica da secretária de Trânsito ainda analisa alternativas que possam trazer mais segurança aos motoristas naquele trecho. Contudo, não há um projeto em andamento.
A assessoria de imprensa do órgão estadual afirma que o "Daer está em tratativas com a prefeitura para viabilizar melhorias no acesso, que poderão ser realizadas após a elaboração de um projeto para o trecho." O Daer também afirma que não está definido quem irá elaborar o projeto.
Acidentes aumentam no RS
Uma pessoa morre a cada cinco horas no trânsito do Rio Grande do Sul, segundo levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS). Segundo os dados, o número de acidentes subiu pelo terceiro ano seguido entre os meses de janeiro e maio. São 696 vítimas, o que representa aumento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2022.