Negociações de empréstimos com instituições bancárias e ajuda da comunidade e de autoridades possibilitaram a redução da dívida do Hospital Beneficente São Carlos, em Farroupilha, em quase 70% nos últimos sete anos. O endividamento, segundo a superintendente-geral do hospital, Janete Toigo D'Agostini, que era de R$ 43 milhões em 2016 caiu para R$ 16 milhões no final do ano passado. A recuperação financeira possibilitou a retomada de importantes serviços e a absorção de demandas de outros municípios, inclusive. Recentemente, a instituição passou a ser referência obstétrica para São Marcos. Agora, negocia com Alto Feliz para absorver a demanda da cidade também.
Ainda conforme Janete, a instituição tem condições de absorver a demanda da maternidade do Hospital Pompéia, de Caxias do Sul — existe a previsão de encerramento de contrato entre Caxias e Pompéia no final do ano e, consequentemente, o fechamento da ala. Porém, ainda não foi feita nenhuma conversa neste sentido. Nesta semana, a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, esteve em Caxias do Sul e visitou os hospitais Virvi Ramos e Pompéia também para tratar sobre a demanda da maternidade.
— Não existe nenhuma negociação. Tem que haver negociação porque o atendimento pura e simplesmente pela tabela SUS não é viável. O objetivo é tornar o hospital econômica e financeiramente viável. Nada se absorve de serviços que não deem equilíbrio ao hospital. Tudo pode ser negociado e o hospital está de portas abertas — garantiu Janete durante entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra desta sexta-feira (2).
Ouça a entrevista:
Atualmente, o São Carlos é referência na alta complexidade para 34 municípios da região e para mais 12 na média complexidade. São realizadas, em média 10 mil internações hospitalares por ano, sendo 55% pelo SUS. São cerca de 35 mil atendimentos de emergência, tendo o SUS em 81% dos casos. O ambulatório de especialidades tem média de 30 mil atendimentos anuais, chegando a 90% SUS. Em média, são 6,5 mil procedimentos cirúrgicos por ano e 850 nascimentos.
— Saímos de 160 equipamentos sucateados para mais de 800 equipamentos controlados pela engenharia clínica. Nós tínhamos uma UTI adulto, hoje são duas. Ganhamos o selo de UTI eficiente. Em março de 2021 nos tornamos cem por cento covid e não colapsamos. Conseguimos atender à demanda — destacou a superintendente.
Nos últimos anos, o São Carlos recebeu também habilitação de leitos de UTI Adulto, da alta complexidade em traumato-ortopedia, do Centro de AVC, além do ambulatório de cirurgia vascular e coloproctologia, certificado de Guardiões da Central, realização de neurocirurgia inédita de Parkinson e teve reinauguração da ala materno-infantil.