Não é à toa que o cachorro é considerado o melhor amigo do homem. A amizade, companheirismo e lealdade de um cãozinho de São Marcos são as maiores provas da veracidade desse ditado. Batizado pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Maranhão, Robson é um vira-lata de pelagem mesclada, de aproximadamente cinco anos, que apareceu pela primeira vez na instituição em meados de 2021 e, desde então, virou o mascote oficial da escola.
Logo que começou a frequentar o local, Robson entrava no portão, passava um tempo e logo ia embora. Hoje em dia, o cãozinho já é íntimo do local e passa grande parte de seus dias animando os corredores da escola.
— Por ele ser de porte grande, no começo a gente tinha um pouco de receio, mas ele foi convivendo aqui com as pessoas e aí a gente foi percebendo que ele era muito amigável, tranquilo e que poderia estar aqui na escola sem problema — revelou a diretora da escola, Gisele Rizzon.
Apesar de não morar na escola, Robson se faz presente na instituição em todos os eventos e se insere frequentemente na rotina dos estudantes. A diretora conta que, agora que é íntimo dos estudantes, ele entra nas salas de aula e aproveita todo o carinho que os alunos têm para dar a ele.
— Ele sabe mais ou menos quem são os alunos que dão mais carinho. De tarde têm mais crianças, aí elas abraçam o Robson e o cumprimentam. No inverno, principalmente, ele entra nas salas e fica lá deitadinho. Quando quer, ele sai e vai para perto da porta, dá uma olhada para os alunos e professora, como se estivesse conversando com eles. No verão, quando era muito quente, ele ficava nos ambientes onde o ar condicionado estava ligado e era mais fresquinho. Deitava ali e ficava — lembra a diretora.
Inteligente, Robson parece saber aproveitar as oportunidades que surgem. Uma delas é o momento do intervalo. Quando os alunos e funcionários estão no refeitório lanchando, a probabilidade de sobrar algum petisco para ele é alta. E não apenas isso. A famosa "carinha de cachorro sem dono" também é uma estratégia utilizada pelo mascote. Ele aproveita para ficar deitado perto das pessoas porque sabe que possivelmente receberá um cafuné.
— Ele é uma companhia extraordinária e transmite tranquilidade. Parece que ele vai passando pelos alunos, eles vão fazendo carinho e ele se espicha. Se tu passa por ele e fala "Oi, Robson! Tudo bem?" ele te olha como se conhecesse quem tu és. Ele passou a fazer parte da escola — conta Gisele.
Por ter esse vínculo, surge a dúvida do porquê Robson não passa a ser, de fato, um morador da escola. Segundo a diretora, se ele quisesse permanecer no local seria acolhido. Entretanto, por se tratar de um cão independente, nem sempre ele está na instituição. A diretora conta que Robson gosta de passear pela cidade e escolher qual caminho seguir.
— Ele é oficialmente nosso mascote. Pode ser que ele fique aqui durante a manhã toda ou venha, dê uma volta e vá até o portão esperar que alguém abra para ele sair. Por nós, se ele quisesse ficar sempre aqui, acolheríamos, mas ele é um cachorro de alma livre — explica.
Segundo a diretora, não há oposição à permanência de Robson no ambiente escolar. Tanto que a própria Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul realizou uma postagem no Facebook contando a história do cão com a Escola Maranhão. A amizade é tão verdadeira que, no início deste ano, no retorno das aulas, Robson estava muito magro e doente. Para ajudar a curar o cãozinho, a escola realizou uma vaquinha para levá-lo ao veterinário e comprar os medicamentos necessários.
— Agora ele voltou a ser o nosso Robson, com aquela carinha feliz. Nunca vi ele latindo. Muitas vezes chego aqui e ele está embaixo da mesa da diretoria, da secretaria ou nas salas com os professores. Existe essa harmonia no convívio. É como se ele trouxesse uma energia diferente para esse lugar. É uma convivência tranquila e, acima de tudo, traz uma energia positiva, algo muito bom quando ele está presente — finaliza.