Uma rua do loteamento Mariani, em Caxias do Sul, foi trancada com pedras em protesto pela falta de conclusão do asfaltamento. Trata-se da Avenida Rachel Calliari Grazziotin, uma das principais vias do local e que, a partir de determinado trecho, recebe a denominação de Avenida Oliveiros Marcelino Teixeira.
O presidente da Associação de Moradores do bairro (Amob) Mariani, Diego Gois, diz que a situação se arrasta há anos, o que gerou o bloqueio desde a última terça-feira (13). A reclamação é principalmente pelo pó que levanta em meses de verão e do barro quando há chuva no trecho de chão, que falta pavimentar. Junto às pedras, no fim da área asfaltada, o presidente da Amob pintou os protocolos abertos na prefeitura e a frase "Priorizem os bairros".
— Em 2018, abrimos um protocolo para continuação do asfalto, mas foi indeferido. Então, sugeriram pavimentação comunitária, mas três moradores não aceitaram e também foi indeferido. Depois, fiz outra solicitação por conta. Só que o processo está meio parado, estamos aguardando. Mas, com a chegada do verão, não tem condições, é muita poeira —reclama o representante dos moradores.
Conforme Gois, não há previsão de desbloqueio da Avenida Rachel Calliari Grazziotin. As pedras permanecerão no local "até a prefeitura tomar alguma providência".
O que diz a prefeitura
Conforme o secretário interino de Obras e Serviços Públicos de Caxias e diretor-geral da pasta, Jorge Catusso, existe um projeto para pavimentação da avenida dentro da Diretoria de Pavimentação desde 2018. Entretanto, a questão principal que envolve a situação é financeira.
Ele detalha que parte da via, onde a denominação consta como Oliveiros Marcelino Teixeira, recebeu calçamento de paralelepípedo custeado pelo poder público há alguns anos, pois fica nos fundos da Escola Municipal Paulo Freire. Atualmente, cerca de 800 metros precisam ser pavimentados.
Contudo, segundo Catusso, boa parte deste trecho fica em frente a uma área verde, o que gerará um investimento bastante alto da prefeitura em termos de projeto de calçamento comunitário — neste modelo, o município entrega a cancha pronta, com drenagem, além das pedras e dos cordões. A comunidade, por sua vez, arca com o pó de brita, mão de obra e as bocas de lobo.
Onde o trecho faz frente com a área verde, o custo fica todo sob responsabilidade da prefeitura, segundo ele.
— É uma rua bastante cara para o poder público, levando-se em conta que há dificuldade orçamentária. Também é preciso ver se os moradores estão organizados para o calçamento comunitário, se todos estão de acordo — diz Catusso.
O secretário interino não exclui a possibilidade de que a pavimentação saia do papel futuramente, mas reitera que a dificuldade principal é com os custos:
— O projeto está pronto e, a qualquer momento, por determinação do prefeito, pode ser resgatado e ser feito um estudo de viabilidade. Mas, como secretário, preciso ser honesto em dizer que hoje temos dificuldades de orçamento para executar uma obra desta envergadura e com esta especificidade da área verde — finaliza.