Segundo maior destino turístico do Brasil com 9 milhões de visitantes por ano, a Região das Hortênsias foi apresentada na manhã desta quinta-feira (13) ao Mapa do Turismo desenvolvido pelo Sebrae a pedido do governo estadual. O estudo é levado para as 27 regiões turísticas do Estado e traça 12 perfis de turistas, os quais são desdobrados em 34 personas (representação fictícia do cliente ideal) que desembarcam no Rio Grande do Sul. O estudo revelou que diversidade da região das Hortênsias fez com que ela atendesse a praticamente todos os perfis e subdivisões listadas no mapa.
Sejam eles atraídos pelas paisagens naturais, gastronomia, parques temáticos ou eventos de cunho espiritual, o que o estudo leva em consideração é o motivo pelo qual as Hortênsias são escolhidas como destino para os períodos de folga. Apresentado a empresários do setor e gestores municipais, o mapa funciona como uma ferramenta para que as preferências dos turistas sejam exploradas da melhor forma durante a estada em Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Picada Café e São Francisco de Paula.
De acordo com o secretário estadual de Turismo, Raphael Ayub, o mapa foi exposto há cerca de um mês também aos dirigentes dos roteiros dos Campos de Cima da Serra e Vale do Paranhana. A intenção é identificar o que de fato leva os visitantes para as cidades e quais pontos podem ser mais explorados. No caso das Hortênsias, a diversidade de atrações faz da região um exemplo a ser seguido pelo Estado.
— Esta região atende diversos gostos que são necessários para entender o mercado do turismo no Estado. Ela tem seus perfis predominantes, mas atende a praticamente todos os perfis e subdivisões listadas no mapa — explicou Ayub.
Responsável pela apresentação do Mapa, a coordenadora de Turismo do Sebrae RS, Amanda Paim, entende que o exercício a ser feito é apontar o que de melhor se faz dentro do receptivo, mas também enxergar as oportunidades para novos modelos de negócios.
— Objetivo é ter clareza de quem é o seu público principal. Segundo ponto é mostrar o que mais pode ser feito, porque, às vezes, está muito focado em alguns perfis, mas tem uma série de outros que podem ser trabalhados — contou.
Dentre os 12 perfis, três foram identificados como os mais comuns por quem faz o turismo nas Hortênsias. São eles, visitantes que viajam no automático para destinos que sabem que serão bem recebidos, turistas atraídos pela gastronomia e viajantes que valorizam a zona de conforto através de excursões, parques temáticos e resorts. Em contrapartida, o estudo revelou o potencial dos roteiros em agradar perfis que optam por vida noturna, descanso e eventos esportivos.
— A partir do momento em que se investe em atrair novos perfis, se enxerga quantas outras opções podem ser exploradas. Infelizmente, há uma massificação da oferta, onde todo mundo oferece a mesma coisa. Então esse é o exercício, renovar a oferta turística — avaliou Amanda.
Consulta Popular
Antes que o Mapa do Turismo fosse apresentado, o Conselho Regional de Desenvolvimento (COREDE) das Hortênsias divulgou o valor da Consulta Popular 22/23 que definirá, entre três projetos, qual ganhará aporte de R$1.714.285,71 para desenvolver a região. De 10 projetos possíveis, nove são voltados ao turismo. Para o presidente do Contur Hortênsias, Daniel Hillebrand, a mobilidade urbana da região deve entrar em pauta e a próxima sugestão da entidade é tratar de conectar os planejamentos urbanos de cada município.
— Precisamos pensar na frente, em um planejamento para daqui 10 anos. Conectar o Corede neste debate tem a simbologia de colocar o desenvolvimento econômico e o turismo na mesma agenda — definiu.
Capacidade
Um estudo divulgado pelo Sindtur Hortênsias provou que há opções de hospedagem para todos os perfis que buscam a região como destino. De acordo com a entidade a rede hoteleira dos cinco municípios é capaz de receber 32 mil pessoas de forma simultânea. Quando considerada as ofertas de aluguel por temporada, como pelo aplicativo Airbnb, a quantidade de leitos chega a 40 mil. Quanto aos atrativos, o levantamento apontou que há opções para 50 mil pessoas. A gastronomia, por sua vez, pode receber 44 mil pessoas ao mesmo tempo na região.