Moradores da Rua Severino Brochetto, no Loteamento Colina Sorriso, em São Marcos, estão há quase dois meses fora de casa depois que três moradias foram interditadas devido a um deslizamento de terra. Com a chuva constante, no dia 29 de maio, um barranco que fica atrás das residências cedeu, colocando em risco a segurança dos moradores. As casas, no entanto, só foram interditadas pela prefeitura após mobilização das famílias, no dia 7 de junho. Desde então, os moradores, que seguem fora de casa, cobram uma solução do poder público.
— Temos medo que o barranco caia em cima da nossas moradias. O município pediu um tempo para realizar um estudo, mas até agora não fez nada. O aluguel social é de seis meses e já estamos há quase dois fora de casa — diz uma das moradoras atingidas pelo deslizamento, Cristiane Gomes, 50 anos.
Natural de Bento Gonçalves, ela e o filho moravam na casa interditada há 13 anos. Há dois meses ela vive em uma casa alugada pela prefeitura no bairro São José. Cristiane lembra que em 2015 também ocorreram deslizamentos na casa da Rua Severino Brochetto e, na época, os moradores retiraram a terra sozinhos. Neste ano, ela teme perder a casa:
— Com toda essa umidade está mofando tudo na casa. Temos vontade de voltar, mas temos medo de novos deslizamentos.
Esse sentimento é o mesmo da vizinha de Cristiane, a técnica de enfermagem Nathália Lazzaroto, 27. Ela, o marido e os dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de sete, estão morando no mesmo bairro, na casa da mãe de Nathália, enquanto esperam por uma solução da prefeitura.
— Não temos nada de informações. Saí de casa só com as roupas há dois meses — lamenta.
De acordo com a prefeitura, os moradores foram amparados pelo poder público, mas ainda não há uma definição sobre a melhor alternativa para resolver a situação. O secretário do Meio Ambiente e coordenador da Defesa Civil de São Marcos, Fabiano Varella, afirma ainda que uma das famílias não quis sair da residência e assinou termo de compromisso.
Varella destaca que a Defesa Civil Regional foi acionada e esteve no local no dia 12 deste mês, mas que a situação no loteamento é complexa:
— A gente precisa de um estudo geotécnico para ver a questão da instabilidade da encosta e qual será o custo para prefeitura. Temos também que fazer uma análise de viabilidade financeira e ver se vale a pena fazer a estabilização da área ou se a opção será a remoção das famílias e a realocação em outro local em definitivo.
Conforme o secretário, a área construída é regular e loteada pelo município.
— Passamos por um período de bastante chuva, o barranco lá é bem alto. Temos que pensar até na segurança do próprio operador de máquina se formos fazer intervenção no local. Fazemos inspeção toda a semana e estamos buscando a melhor alternativa — garante.