As farmácias de Caxias do Sul têm registrado falta de antibióticos de uso pediátrico. Em algumas, o estoque dos remédios já estava baixo nos últimos meses, mas a situação se agravou com a chegada do outono, e consequentemente, com o aumento da demanda devido às doenças respiratórias. Além disso, representantes de farmácias ressaltam que as distribuidoras alegam que estão enfrentando problemas com importações devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A reportagem contatou 10 farmácias na manhã desta sexta-feira (13) para verificar a situação. A falta também é registrada em redes de farmácia e na rede municipal onde os remédios são distribuídos aos pacientes. Entre os antibióticos, a amoxicilina com clavulanato é a que está mais difícil de encontrar. Dos 10 estabelecimentos, apenas uma farmácia na Rua Luiz Michielon, no bairro Cruzeiro, ainda tinha poucas unidades da medicação. A azitromicina líquida também está em falta em algumas farmácias.
— Os pais estão girando em várias farmácias procurando a medicação. Eles vêm até a farmácia com o receituário em busca da medicação e ligam também. Nós estamos em falta da amoxicilina + clavulanato e também a líquida, e ainda temos (na sexta-feira) a de 400 mg. Então, sabemos que a falta é geral — afirma o farmacêutico Loan Parise, que atua em uma farmácia da Avenida Júlio de Castilhos, no Centro.
Perto dali, na esquina da Júlio com a Alfredo Chaves, a situação é mesma. O gerente Rodrigo Cardoso ressalta que perceberam a falta do antibiótico na semana passada:
— Estamos sem amoxicilina, tanto com clavulanato como a sem. Quando acontece esse desabastecimento é por falta de matéria-prima ou algum componente no laboratório. Como ainda tinha nas distribuidoras e nos estoques das farmácias, demorou mais para o impacto chegar aos consumidores.
Também no bairro Cruzeiro, em uma farmácia que faz parte de uma rede, não há a medicação. A funcionária informou que essa falta é geral, em toda a rede, mas que já solicitou a medicação, e o antibiótico já chegou na distribuidora e deve ser distribuído para a farmácia nos próximos dias.
No município
A rede municipal tem algumas doses desses antibióticos nas unidades básicas de saúde (UBSs), mas não o suficiente para repor a medicação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a estimativa é que o remédio chegue nas próximas semanas, mas não há data prevista.