Quase 200 estudantes do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, no bairro Cinquentenário, em Caxias do Sul, realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (10) para pedir melhorias no sistema de transporte coletivo. Munidos de cartazes pedindo reforço nas linhas e reclamando da tarifa de R$ 5,50, eles se concentraram em frente à instituição por quase uma hora.
A mobilização ocorre devido à falta de respostas da concessionária Visate e do poder público a respeito das dificuldades de deslocamentos dos estudantes de todos os turnos e de todos os níveis, incluindo o Magistério. Os estudantes alertam que a frequência das linhas em toda a cidade está reduzida desde o início do ano letivo e não condiz mais com os horários de entrada e saída da escola. Isso faz com que eles precisem chegar com muita antecedência ou percam parte das aulas para poder utilizar o transporte no horário mais viável.
Moradora do loteamento Brasília, em Ana Rech, e estudante de Magistério Camila da Silva Oliveira, 29 anos, costumava embarcar em um ponto próximo de casa às 6h45min. Agora, o itinerário foi removido no horário e para chegar a tempo no Cristóvão ela precisa se dirigir até uma parada na BR-116 para embarcar às 6h15min. Se optar pelo ponto antigo, o ônibus só passa às 7h30min.
— (Embarcando às 6h15min) eu chego aqui no Cristóvão às 7h, a escola ainda está abrindo — afirma a estudante.
Após as aulas, Camila trabalha em uma escola infantil no bairro Pio X. O turno começa ao meio-dia, mas o primeiro ônibus após as aulas passa somente às 12h20min. A solução é sair ao menos 20 minutos antes do término da última disciplina para embarcar às 11h20mim.
Em alguns casos, não resta outra alternativa a não ser recorrer ao táxi ou ao transporte por aplicativo, mais caro do que o ônibus. Também estudante do Magistério, a diarista Yaila Leticia Santiago, 39, utiliza diariamente o transporte por aplicativo para se deslocar do Cristóvão até o centro, onde trabalha à tarde. O turno dela começa às 12h20min, exatamente no horário em que passaria o transporte público. Com isso, em vez dos R$ 5,50 que pagaria por usar o ônibus, ela acaba gastando entre R$ 7 e R$ 8 por viagem.
— Daqui a pouco começa a chover e como vamos ficar na parada? — questiona.
Atualmente, o Cristóvão de Mendoza tem cerca de 1,2 mil estudantes. A Visate disse que não irá se manifestar sobre o assunto e que o órgão gestor do sistema é a Secretaria de Trânsito. Em nota, a secretaria informou que trabalha desde a semana passada para resolver essa demanda. Nessa quarta-feira (9), uma reunião com um integrante da direção do Cristóvão foi realizada na sede da secretaria. O foco do trabalho é ajustar o sistema aos horários desejados para reduzir os problemas.