A pandemia de coronavírus é constantemente acompanhada por números e eles indicam um panorama geral do que ocorre, algo que está disponível em diversas plataformas. Esses dados mostram que ela vem arrefecendo, principalmente quando o recorte é a taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Rio Grande do Sul. Afinal, foram esses números que guiaram o abre e fecha de todas as atividades econômicas. Na sexta-feira (3), o Estado tinha 58% de taxa de ocupação, com quase 1,4 mil leitos livres no território gaúcho. Algo que não é diferente na Serra gaúcha, cujos municípios também apresentam redução — a porcentagem de internados na sexta era de 64%. A explicação para isso é a vacina, que já atingiu quase 4 milhões de gaúchos com esquema vacinal completo.
Em termos de hospitalizações, o cenário é muito melhor do que o registrado em março, abril e junho — os três piores meses da pandemia. Na sexta-feira, os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) apontavam 110 pacientes em leitos de UTI específicos para covid-19 na macrorregião de Caxias do Sul, sendo que 97 eram positivos para o coronavírus e 13 suspeitos. Esse dado é parecido com o registrado em 13 de fevereiro, o primeiro dia do Carnaval e véspera da explosão de casos causadas pela variante Gama. Num comparativo com o último levantamento do Pioneiro, em julho, a queda também é de 43%. Em pouco mais de 45 dias, a Serra saiu de 171 positivos para a casa de dois dígitos.
Sobre os leitos de UTI, ainda é preciso considerar outros cenários que exemplificam essa queda. Bento Gonçalves tem a pior taxa na ocupação de leitos, só que o número de pacientes covid é de 13 internados em tratamento crítico, um número bem distante do registrado entre maio e junho, quando chegou a 72. Atualmente, a maior parte dos pacientes são de outras enfermidades, o que indica a retomada de um fluxo próximo da normalidade. Outro fator a se analisar está na estrutura que a pandemia deu à Serra gaúcha, que permite essa taxa de ocupação mais baixa. Caxias do Sul, segundo os números da SES, tem 220 leitos de alta complexidade, um número absolutamente superior aos 34 que se tinha antes da pandemia.
Nas enfermarias, os dados da SES apontam uma estabilidade. Na sexta-feira, eram 132 pacientes internados e, destes, 103 tinham o teste positivo para o coronavírus. Nesse ponto, existe uma diferença, porque o momento de menor ocupação do ano ocorreu em 7 de agosto. Naquela data, eram 117 hospitalizados, a menor taxa de 2021. Sequer antes do avanço da variante Gama havia esse número.
Por fim, um dado que demonstra como a região ainda tem como avançar nas próximas semanas. O número de novos casos por 100 mil habitantes está um pouco distante do que é registrado em todo Rio Grande do Sul. A incidência em sete dias é de 150 casos a cada 24 horas, sendo que a média estadual é de 70.
OS NÚMEROS*:
Serra gaúcha
:: UTI: 62,1% (359 vagas)
:: Pacientes: 98 positivos e 13 suspeitos
:: Enfermarias: 16,4%
:: Pacientes: 103 positivos e 27 suspeitos
Caxias do Sul
:: UTI: 64% (220 vagas)
:: Pacientes: 56 positivos e 3 suspeitos
:: Enfermarias: 18,2%
:: Pacientes: 53 positivos e 17 suspeitos
Farroupilha
:: UTI: 60% (30 vagas)
:: Pacientes: 9 positivos
:: Enfermarias: 31,2%
:: Pacientes: 10 positivos
Bento Gonçalves
:: UTI: 100% (40 vagas)
:: Pacientes: 13 positivos e 1 suspeito
:: Enfermarias: 19,3%
:: Pacientes: 12 positivos e 4 suspeitos
Garibaldi
:: UTI: 55,5% (18 vagas)
:: Pacientes: 10 positivos
:: Enfermaria: 50%
:: Pacientes: 4 positivos e 1 suspeito
Gramado
:: UTI: 50% (18 vagas)
:: Pacientes: 6 positivos
:: Enfermaria: 22,2%
:: Pacientes: 2 positivos
Canela
:: UTI: 53,3% (15 vagas)
:: Pacientes: 3 positivos e 5 suspeitos
:: Enfermaria: nenhuma hospitalização
Vacaria
:: UTI: 33,3% (18 vagas)
:: Pacientes: 1 positivo e 4 suspeitos
:: Clínicos: 1,9%
:: Pacientes: 1 positivos
*Fonte: covid.saude.rs.gov.br; atualizado às 18h