Disposta a reduzir a fila de espera pelo atendimento médico na rede pública, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realiza no próximo sábado (25), das 7h às 13h, mais uma edição do mutirão de consultas especializadas em Caxias do Sul. Será a segunda vez neste ano que a secretaria organiza a ação. Os atendimentos serão disponibilizados no Centro Especializado de Saúde (CES), na Rua Sinimbu, em frente à Praça da Bandeira, no Centro.
A previsão é que sejam realizados cerca de 200 atendimentos em especialidades como ortopedia, cardiologia, neurologia, reumatologia, dermatologia, proctologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular e cirurgia plástica/pequenas cirurgias. Também serão feitos exames de eletrocardiograma, espirometria (teste pulmonar) e colocação de dispositivo intrauterino (DIU). Em média, a demora entre a solicitação do exame e o atendimento na rede pública de Caxias do Sul é de três meses. Cardiologia e neurologia, por exemplo, o tempo de espera é inferior a 60 dias.
As consultas com especialistas em dermatologia, proctologia e reumatologia são as mais procuradas, de acordo com a diretora técnica do CES, Paula Gasperin. Isso porque, segundo ela, são áreas não atendidas nas unidades básicas de saúde (UBS) ou que precisam de médicos com conhecimento técnico específico para o atendimento dos pacientes. No CES, a equipe é formada por 66 médicos, sendo que quatro foram incorporados ao corpo clínico da unidade somente neste ano.
Até julho deste ano, segundo o dado mais recente da SMS, a fila de espera para a realização de consultas e exames especializados chegava a 43,7 mil pessoas. Já a fila de espera por cirurgias eletivas, que começaram a ser retomadas em julho, chega a 5,7 mil pacientes. De acordo com a diretora do CES, a pandemia levou mais usuários para o SUS, fazendo com que o município precisasse ampliar a rede de atuação para atendimento aos novos pacientes:
— Percebemos que a pandemia agravou o desemprego e muitas pessoas, antes atendidas pelos planos de saúde, acabaram precisando agora de atendimento no SUS. Por isso, a fila aumenta e mutirões como esse são fundamentais para que a espera seja cada vez menor — explica.
A realização de novas edições do mutirão neste ano será avaliada posteriormente.
Ausentes preocupam
Assim como nas consultas realizadas nas UBSs, o mutirão no CES enfrenta um velho problema: pacientes que confirmam que irão comparecer ao atendimento pré-agendado de consultas especializadas, mas depois não aparecem. A prática prejudica outras pessoas, que estão há meses na espera por atendimento e que poderiam ser encaixadas no horário vago. Além disso, o descompromisso mobiliza à toa equipes inteiras de profissionais.
No primeiro mutirão deste ano, realizado em julho, 18% dos pacientes com agendamento marcado não compareceram. Desde a última semana, as equipes da SMS estão contatando os pacientes que estão há mais tempo na fila, cerca de três meses, para o agendamento na ação deste sábado.
A pessoa que perde o dia da consulta terá que refazer o processo novamente. Ela precisará marcar um atendimento com clínico geral na UBS para então, se o médico considerar necessário, ser encaminhado novamente para a consulta com um especialista.
— Quem falta acaba tirando a oportunidade de outra pessoa ser atendida. Por isso, é importante que nos avisem caso não possam comparecer para que consigamos entrar em contato com outro paciente e permitir que o horário reservado para o mutirão seja produtivo.