A comunidade gramadense contará com um novo hospital totalmente ampliado. Isso porque a empresa Seferin & Coelho, sócia do grupo Prolife — ambas com sede em Porto Alegre —, adquiriu o Hospital Arcanjo São Miguel, único de Gramado. O informação foi oficializada pela prefeitura na quinta-feira (12), que administra a instituição no formato de interventora há cinco anos. O processo de transição do comando será feito de forma gradativa, conforme o Poder Executivo. Burocraticamente, a prefeitura é a responsável até fevereiro de 2022, mas nesse período os novos gestores poderão agir com autonomia, inclusive, com aplicação de investimentos no local. A diferença é que a prefeitura poderá decidir pela continuidade, ou não, da intervenção ao final do prazo.
A principal medida do novo grupo gestor será construir outra estrutura, mais moderna, para ser a sede do hospital, segundo o diretor-sócio da Seferin & Coelho, Daniel Coelho. Para a reportagem, ele afirmou que o prédio será concluído dentro de dois anos a partir da data de início da construção, ainda indefinida.
— Vamos começar a nos aproximar das entidades organizadas da cidade e construir um projeto. Para crescer, aumentar a quantidade de leitos e levar novos serviços eu preciso de área física. Onde está (no Centro da cidade) não há mais espaço para ampliação. O início da construção dependerá da escolha do local, que será feita junto com uma comissão formada pelo próprio município — informou.
A estimativa de valor para o investimento da parte física da estrutura é de cerca de R$ 60 milhões. Já a quantia pela qual o grupo da iniciativa privada comprou a instituição não é informada. De acordo com a prefeitura, há cláusulas contratuais que tornam a quantia confidencial. O Arcanjo São Miguel era propriedade da Associação Franciscana de Assistência a Saúde (Sefas), composta por religiosas da Congregação das Irmãs da Penitência e Caridade Cristã. Em 2016, a entidade apresentou problemas financeiros, o que fez com que o município assumisse a administração como interventor.
Atualmente, o hospital realiza 50% dos atendimentos pelo SUS e a outra metade particular e, conforme Coelho, o atendimento SUS será mantido. Questionado sobre a situação do atual quadro de funcionários, Coelho afirma:
— Ninguém perderá o emprego. Também iremos prezar pelo desenvolvimento das pessoas, já que pretendemos ampliar os serviços. O crescimento da região é notório e, por isso, há a necessidade do setor da saúde acompanhar — garantiu.
Segundo ele, os colaboradores serão transferidos para o novo espaço. O antigo, inicialmente, funcionará como um braço dos serviços. Os atendimentos, nesse meio tempo, não serão afetados para o paciente. O hospital possui 100 leitos com atendimentos em diversas especialidades, possui UTI e é o único de Gramado, referência para 20 municípios da Região das Hortênsias.
Outros hospitais do Rio Grande do Sul serão adquiridos pelo grupo, segundo Coelho. Dois deles são de Porto Alegre e serão anunciados ainda neste semestre. São Leopoldo e Lajeado também estão na lista. Em Xangri-lá, o Hospital e Centro Clínico LifeDay será inaugurado em novembro.