Após a Secretaria Estadual da Saúde (SES) identificar 877 casos de doses da AstraZeneca/Oxford registrados fora do prazo de validade, a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde encaminhou 174 ocorrências para serem verificadas dentro dos 49 municípios da região, a maioria na Serra. No total, são 75 cidades no Estado que precisam investigar o que ocorreu com as remessas, segundo a SES. A informação repassada pela 5ª CRS nesta terça-feira (6) é de que houve erro de registro no sistema de saúde.
— Pelos que vemos em nossos controles, ninguém recebeu vacina vencida. O que pode ter acontecido é o registro errado no sistema do lote. Vamos investigar cada caso para ver o que aconteceu — explica a titular da 5ª CRS, Claudia Daniel.
Segundo a responsável pelo setor de imunizações na 5ª CRS, Patricia Machado, o problema ocorreu ainda início da vacinação, quando o público-alvo eram profissionais da saúde e idosos. Naquele período, segundo Patria, era comum que o sistema de saúde em que são registradas as vacinas ficasse fora do ar.
— São falhas de datas colocadas no sistema. Esses lotes são os primeiros e o sistema ficava fora do ar muitas vezes. Ocorre que os registros não foram realizados no momento da aplicação, mas posteriormente e baseados em controles manuais por conta da falta do sistema no dia — explica.
Mesmo assim, esta semana será de verificação por parte dos municípios da Serra: é feita conferência de numerações de doses, remessas e data da aplicação e, se houver, dúvida, as secretarias contatarão os pacientes para verificação do dia exato da aplicação.
Em Caxias do Sul, a secretária de saúde, Daniele Meneguzzi, considerou a informação de que doses teriam sido aplicadas fora do prazo de validade "absurda e até criminosa".
— Com certeza é um erro de sistema. Baixamos um relatório e o sistema não demonstrou inconsistência alguma. É impossível vencer apenas uma dose como está relatado sobre algumas instituições. Cada frasco é multidose, de cinco ou de 10. É uma informação descabida. Com tranquilidade eu afirmo: Caxias não aplicou doses vencidas — disse Daniele, em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta terça-feira. A entrevista completa pode ser conferida neste link.
Um documento com o nome de cada uma das 877 pessoas vacinadas com os lotes em análise foi enviado às 18 Coordenadorias Regionais de Saúde no Rio Grande do Sul. Para GZH, a chefe da Divisão de Epidemiologia do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, afirmou que, caso for verificado que alguém tenha realmente recebido uma vacina vencida, esta pessoa será imunizada novamente.