Após a formulação de uma carta aberta defendendo o lockdown de, no mínimo, 14 dias em Caxias do Sul, entre outros pontos, representantes do Comitê Popular de Crise estiveram reunidos com o prefeito Adiló Didomenico (PSDB) e com a secretária municipal de Saúde, Daniele Meneguzzi, na tarde desta quarta-feira (24). Enquanto quatro representantes do grupo fizeram a entrega simbólica da carta ao chefe do Executivo, outros realizaram um ato simbólico em frente à prefeitura, protestando com cruzes e cartazes.
O grupo é formado por 50 entidades como associações de moradores de bairros (Amobs), sindicatos, conselhos regionais de profissionais de saúde, Conselho Municipal de Saúde (CMS), entre outrass. O lockdown é o fechamento de todas as atividades não ligadas à alimentação e saúde somado à proibição da população de sair de casa exceto em extrema necessidade. Medidas assim não chegaram a ser adotadas em Caxias do Sul até agora.
Além do lockdown, a carta também defende outras quatro medidas: vacinação em massa, com ampliação de fornecedores, garantia do reforço do atendimento de saúde, auxílio emergencial e medidas econômicas e participação popular no gabinete de crise, além de acesso aos dados da Secretaria da Saúde e mais transparência das informações. O último item, inclusive, é um dos motivos que levaram à criação do Comitê Popular de Crise, já que o CMS não integra o gabinete montado pela administração municipal.
De acordo com Pedro Bossardi, economista e um dos integrantes do comitê, a reunião foi realizada para reforçar os pontos defendidos pelo grupo. Bossardi afirma que o próximo passo do Comitê Popular de Crise será fazer outras articulações, principalmente com os vereadores e outras entidades da cidade.
— Ele (prefeito Adiló) não se mostrou nenhum pouco passivo de aceitar, não teve negociação. Só aceitou a nossa presença. Um ponto que achamos que seria passível de ser trabalhado seria a participação popular no Gabinete de Crise, mas o prefeito informou que a UAB já faz parte e que por isso não haveria mais a necessidade de haver um controle social maior, já que a sala já está muito cheia. Para entidades representativas dos empresários existem várias cadeiras, mas para entidades representativas da população, nenhum sindicato consegue ter cadeira dentro do Gabinete de Crise — relata Bossardi.