Os animais que viviam na residência incendiada no início deste mês, em Caxias do Sul, precisam de um novo espaço para chamar de lar. Um casal, um macho da raça rottweiler e uma fêmea vira-lata de porte médio-grande, além de cinco filhotes foram encontrados pelos bombeiros na noite de 4 de janeiro, em uma casa na Rua Moreira César, entre as ruas José Soares de Oliveira e Leonel Mosele, no bairro Pio X. Na ocasião, foi localizado também o corpo de João Batista de Almeida, 63 anos, no piso superior. Na quinta-feira (7), um casal suspeito da morte foi preso.
Depois do incêndio, a família de quatro patas acabou sendo recolhida pela equipe da Associação VIDA - Voluntários Independentes Defendendo os Animais. Embora a ONG concentre seus esforços apenas na castração de animais, a presidente Tatiana Furlan explica que não negou o resgate. Os bichos haviam sido expostos à fumaça e estavam acorrentados em uma região de muita lama, resultado da água usada pelos bombeiros para apagar as chamas. Eles foram levados da casa por volta das 22h da mesma noite.
Depois de receberem banho e vermífugos, os cachorros aguardam por uma nova família em um lar temporário. Dos cinco filhotes, três já foram adotados. O restante é macho e da cor caramelo. Conforme Tatiana, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) está financiando as vacinas e a chipagem dos animais. O casal de adultos também espera por uma casa nova.
— A gente estava com medo de chegar perto do macho, mas ele é muito querido. É um amor. Ele é bem manso e a gente vai providenciar a castração (dos dois adultos). Esse cachorro é bem de família, ele e a fêmea — conta Tatiana.
Segundo a voluntária, o macho é jovem e deve ter cerca de dois anos. A fêmea, também na cor preta, é um pouco mais velha, tendo de três a quatro anos. Os filhotes devem ter em torno de 60 dias. Tatiana explica que a procura dos adotantes pelos bebês é muito maior do que pelos adultos, mas que o casal é muito dócil e também precisa de um lar.
Interessados em adotar os cães devem ter pátio fechado. Mais informações podem ser obtidas com Cintia Carvalho, que é quem está com os animais. O telefone é (54) 99159-5303.
Morte de Almeida é investigada
O homem e a mulher presos em 7 de janeiro, segundo a polícia, eram moradores de rua e usuários de drogas, e teriam cometido o crime por vingança. De acordo com a Polícia Civil, após o ataque, o casal levou pertences da vítima e ateou fogo na residência onde ela estava. Logo depois do crime, o delegado responsável pelo caso, Caio Fernandes, afirmou que havia a hipótese de que Almeida houvesse ateado fogo na casa. No entanto, testemunhas viram o casal entrando na residência antes do fogo iniciar.
Conforme Fernandes, o crime é tratado como homicídio, já que a intenção inicial dos autores não era o roubo. A polícia divulga o número (54) 98414-9840 para recebimento de denúncias sobre o caso, que podem ser feitas de forma anônima.