Nesta semana, a obra que revitaliza a antiga Estação Férrea Nova Vicenza, no Largo Carlos Fetter, em Farroupilha, ficou ainda mais próxima da conclusão. As drenagens externas, importantes para a preservação física da estação, foram terminadas. Agora, em fase de acabamento, faltam retoques da pintura interna e acabamentos de tinta na parte externa.
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Na próxima semana, as equipes dão início à elétrica e à iluminação. A parte principal das cercas deve ser finalizada nesta sexta-feira (6). Já o entorno, incluindo o paisagismo e a construção das calçadas, será realizado na semana que vem. Após os ajustes finais, a estação deve ser inaugurada no mês de dezembro.
— Estamos programando para o dia 11 de dezembro, que é aniversário do município. A ideia é entregar a obra para a comunidade e fortalecer a data — projeta Juliano Tofolo, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Farroupilha, entidade que encabeça a iniciativa.
Tofolo também adianta que o projeto museológico do espaço está pronto e os móveis que ficarão na parte interna estão chegando para a instalação. A área externa da estação, que está sendo cercada nesta semana, ficará aberta à população após o término da obra. O local servirá de espaço para visitação, passeios e lazer da comunidade. Além da área externa, a Estação Férrea Nova Vicenza concentrará memorial, biblioteca, um Centro de Atendimento ao Turista (CAT) e um bistrô.
Assim como acolherá visitantes, a Estação Férrea deve, segundo Tofolo, oferecer parcerias com os expositores da Feira Livre do Produtor, que ocorre atualmente em um pavilhão atrás da estação às quartas, quintas e sábados. O presidente da CDL destaca que a intenção é permitir o acesso dos produtores, que receberiam, inclusive, chaves da estação para comercializar seus produtos por lá. Devem ser construídos banheiros novos, cujas chaves também ficariam com os produtores.
A sede da CDL não deve ser transferida para a Estação Férrea, mas para o futuro se estuda a ampliação do complexo. Tofolo acredita que o pavilhão ocupado hoje pela Feira Livre do Produtor poderia sediar, a longo prazo, um auditório para palestras, cursos e apresentações, além de salas de reuniões da CDL. O projeto, no entanto, depende de recursos e patrocínio de empresas privadas.
— Não vamos trabalhar nele agora, por conta dos produtores. Se forem realocados, podemos retomar o projeto — explica o presidente da entidade.
Iniciada em fevereiro, a restauração é financiada pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (Pró-cultura/RS - LIC) e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet), com patrocínio de 12 empresas e apoio da prefeitura.
O investimento na estação, situada em área central e tombada pelo patrimônio histórico custa, aproximadamente, R$ 1,2 milhão, sendo mais de R$ 1 milhão por meio de captações federal, estadual e municipal. Em 2017, a CDL Farroupilha venceu a licitação da prefeitura para o projeto de ocupação do prédio, dando à entidade a concessão da antiga Estação Férrea por duas décadas, podendo ser prorrogada por mais 20 anos. O projeto arquitetônico é da Escaiola Arquitetura Rara, com execução da EWM Incorporadora e acompanhamento da Insito Arquitetura & Restauro. O planejamento cultural é da Simples Assim.
Histórico da Estação Férrea
Concluída em 1909, mas inaugurada em 1910, a antiga Estação Férrea Nova Vicenza fazia parte do trajeto que ligava os municípios de Montenegro a Caxias do Sul. Na época, além da estação, foi construído o Armazém da Ferrovia, fazendo com que se formasse um núcleo habitacional. Esta foi a obra responsável pelo desenvolvimento econômico do Centro de Farroupilha, pois antes o núcleo principal era no bairro Nova Vicenza. No final dos anos 1970, o trem deixou de circular pela região e a estação férrea passou a ser ocupada por um terminal rodoviário. Além disso, foi sede de instituições filantrópicas, sendo mais recentemente utilizada como depósito até ser desativada há cerca de oito anos.