Ao longo dos meses de outubro e novembro as rodovias da Serra serão alvo de uma pesquisa para identificar a movimentação dos motoristas. O levantamento integra os estudos para a concessão de trechos rodoviários do Estado. Os trâmites são realizados por meio de um convênio entre o Piratini e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Conforme o secretário extraordinário de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, equipamentos de contagem de veículos serão instalados no piso em diversos pontos para verificar a movimentação. Os aparelhos detectam a circulação por meio de um laço magnético, de forma semelhante aos pardais, mas não servirão para fiscalização de trânsito. Paralelamente, equipes farão entrevistas com motoristas com o objetivo de identificar os principais eixos de deslocamento da população.
— É uma pesquisa de origem e destino. Será perguntado para ele de onde ele vem, para onde ele vai, com que frequência costuma fazer essa viagem e se faz alguma outra periodicamente. Depois ele será submetido a uma entrevista sobre preferência declarada. Vão perguntar para ele se pagaria a mais por uma rodovia duplicada ou não, quanto estaria disposto a pagar, se houve uma rodovia duplicada com pedágio de "X" reais e uma rodovia de pista simples sem pedágio, qual ele optaria. É uma pesquisa qualitativa — explica Vanuzzi.
Os dados coletados na pesquisa serão inseridos em softwares que irão simular a demanda de cada rodovia. A partir disso, serão elaborados modelos de concessão, inclusive com possíveis localizações de pedágios. As propostas serão apresentadas à região por meio de uma série de reuniões com prefeituras, entidades de classe e comunidades diretamente afetadas. A expectativa de Vanuzzi é de que as conversas tenham início ainda neste ano.
— O resultado final da pesquisa é um pouco mais longo, mas vamos ter os principais resultados em dezembro. A contagem volumétrica é automática, então é rápido. O que talvez demore um pouco mais, porque precisa ser compilado, é a pesquisa de origem e destino e a de preferência declarada, mas a gente já vai ter uma boa ideia desses estudos.
Localização dos pedágios
Os debates realizados na região também servirão para definir onde ficarão localizadas as praças de pedágio. Esse ponto é importante porque é preciso haver uma forma de garantir a arrecadação sem prejudicar a comunidade. Isso passa pela possibilidade de estradas alternativas para os deslocamentos, como a RS-813, que serve de opção para a RS-453, entre Farroupilha e Garibaldi. A RS-453 está nos planos para concessão com a duplicação como contrapartida. Outra rodovia que deve passar por duplicação após ser repassada à iniciativa privada é a RS-122, entre Farroupilha e São Vendelino. Por conta disso, estudos também serão realizados na BR-116, que pode servir de alternativa em direção à Porto Alegre.
— É uma premissa básica. Uma das primeiras obras que serão realizadas será a duplicação da RS-122. O principal objetivo desse lote é garantir que de Caxias a Porto Alegre tenhamos uma rodovia duplicada, o que vai acabar gerando, num espaço de tempo médio, uma ligação de Caxias a Rio Grande duplicado — afirma Vanuzzi.
Além da RS-122 e da RS-453, também integram os planos para novas concessões a RS-235, na Região das Hortênsias, a RS-020, nos Campos de Cima da Serra, e a RS-446, entre Carlos Barbosa e São Vendelino. A Rota do Sol em direção ao Litoral não está contemplada, mas pode ser inserida se for o caso, segundo o secretário.