Enquanto a maioria das crianças na faixa dos quatro anos costuma brincar de pega-pega, bola ou esconde-esconde, Pedro Schelck da Costa faz terapia, de segunda a sábado, para garantir o seu desenvolvimento e reduzir desconfortos e dores pelo corpo. Mesmo tendo que lidar com essa realidade em uma idade tão jovem, o menino sorri, se diverte como qualquer criança e contagia quem o conhece.
Ao telefone, conversando com a mãe dele, Renata Araújo Schelck, é possível escutar, ao fundo, as risadas do pequeno Pedro, mesmo durante a sessão de terapia.
Pedro tem paralisia cerebral pela síndrome congênita do zika vírus. A mãe, Renata, foi infectada ao longo da gestação, mas só descobriu oito meses depois do nascimento do filho. Alguns sinais a deixaram em alerta:
— Com três meses, eu percebi que ele não batia os marcos do desenvolvimento, não sorria, não interagia muito, não se virava. Com cinco meses, ele começou a fisioterapia por atraso do desenvolvimento. Só depois, aos oito meses, tivemos o diagnóstico de paralisia. Ele fez uma ressonância magnética e fomos encaminhados para a Fiocruz, o Instituto Fernandes Figueira, no Rio, e lá que descobriram. Ele participou do primeiro grupo de estudos de crianças infectadas pelo zika vírus. Foi bem quando teve o surto — relembra.
Renata e Pedro são do Rio de Janeiro, mas mudaram-se para Caxias em março do ano passado para fazer o tratamento. Além das sessões e do uso contínuo de medicamentos, o menino passará, no próximo dia 13, por uma cirurgia na medula. Chamado de rizotomia dorsal seletiva (RDS), o procedimento diminui a espasticidade causada pela paralisia. Isso significa reduzir a contração dos músculos, a rigidez que impede Pedro de se sentar ou andar sozinho. A espasticidade também está provocando o deslocamento de um osso do pé do menino. Por isso, a cirurgia é fundamental para a prevenção de lesões e deformidades.
Outra razão que motiva o procedimento é o alívio da dor. Renata explica que o filho tem displasia (termo usado para designar anomalias no contexto da saúde) de quadril. Segundo ela, ele sofre com o desconforto, principalmente de madrugada:
— Passamos noites sem dormir com ele sentindo dor. Quanto mais tempo passar, mais gera deformidade nele. Precisamos muito desse dinheiro pra evitar lesões futuras, melhorar a qualidade de vida dele e acabar com essas dores — diz a mãe.
A cirurgia, no valor de R$ 21 mil, é realizada pela equipe médica que acompanha o Pedro em Caxias, em conjunto com um profissional que virá de São Paulo. Além de gastos com a internação, a família precisará arcar com remédios e um carrinho adaptado, que custa cerca de R$ 18 mil.
Para levantar fundos, Renata organizou uma vaquinha virtual e um sorteio de camisas oficiais autografadas pelos jogadores da dupla Ca-Ju. A peça oficial do Caxias, disponível neste link, é a usada na final do Gauchão contra o Grêmio pelo lateral-esquerdo Bruno Ré e será sorteada no próximo sábado (31). Já a do Juventude, doada pelo clube, pode ser conferida aqui e terá o sorteio realizado no dia 6 de novembro. Cada rifa custa R$ 10.
Interessados em ajudar também podem contribuir depositando valores na conta bancária de Renata:
Itaú
Agência 0207
Conta corrente 95083-3
CPF 092743007-00
Renata Araújo Schelck