O cronograma anunciado para 31 de agosto contemplaria, inicialmente, as escolas infantis. O Sindicato das Instituições Pré-Escolares Particulares de Caxias do Sul (Sinpré) pretende contestar o adiamento perante as representações estaduais ainda nesta quarta-feira (26).
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— Estamos com equipes retornando nesta semana para treinamentos de contingência. Para a categoria estava tudo certo e agora fomos pegos de surpresa. Vamos entrar em contato com as autoridades para ressaltar que estamos preparados para voltar. Esta é uma angústia dos pais. Entendemos o receio da Famurs, mas é preciso separar o ensino público do privado neste momento. As escolas particulares estão preparadas — afirma Christiane Welter Pereira, presidente do Sinpré.
Conforme a representante, antes da pandemia, nove mil crianças estavam matriculadas nas escolas infantis de Caxias do Sul e poderão não ter mais para onde retornar caso a suspensão das aulas seja prolongada.
— Se as aulas não voltarem as empresas não vão conseguir se manter e o município não terá capacidade de realocar todas estas crianças para a rede pública — aponta a presidente.
Ela afirma, ainda, que muitas mães estão perdendo seus empregos por precisarem permanecer em casa com seus filhos, enquanto outras acabam optando por deixar as crianças em locais clandestinos, que não funcionam sob protocolos de segurança sanitária.
Pais questionam a retomada
Para Kelli Bernardi, relações públicas, mãe de um menino que está no ensino fundamental de uma escola particular de Caxias, o retorno em setembro não seria seguro para professores e estudantes. Ela integra um movimento que conta com mais de quatro mil pais contrários à retomada das aulas presenciais na cidade. O grupo já havia se posicionado contra a volta proposta para o dia 31 de agosto e não mudará de opinião mesmo com o adiamento para meados de setembro.
— Estamos preocupados com a situação das escolas, não queremos que elas fechem, mas muitos professores estão preocupados e não estão sendo ouvidos por ninguém. Nós nos sensibilizamos — comenta Kelli.
Na opinião dela, as aulas devem ser mantidas de forma remota.
— Não vejo mais por que retornar agora, o ano já está praticamente encerrado. Além disso, os governantes definem a retomada das aulas presenciais em reuniões virtuais. Se acham segura a retomada por que não se reúnem presencialmente?— questiona a caxiense.