CORREÇÃO: O local da implantação estudado pela prefeitura é na Capela de São Francisco, na Sexta Légua, e não em São Virgílio da Sexta Légua. A informação incorreta, repassada pela prefeitura e pelo dono de uma área na região, permaneceu publicada das 13h11min de 18 de agosto às 13h00min do dia 25 de setembro.
A localização do novo Centro de Bem-Estar Animal de Caxias do Sul, onde serão colocados cachorros e gatos abrigados pelo município após o abandono, enfrenta resistência de moradores do entorno. A prefeitura pretende fazer uma troca de área de terras para construir o canil, mas sofre a contrariedade dos moradores da Capela de São Francisco, na Sexta Légua, onde ficaria o novo Centro. Para isso, ainda depende da aprovação de um projeto de lei na Câmara de Vereadores.
A proposta é que uma empresa interessada na área onde hoje fica o canil, em São Virgílio, fique com aproximadamente 20 mil metros quadrados de terras do município e repasse um terreno de cerca de 70 mil metros quadrados ao município junto com as obras necessárias para abrigar cães e gatos na região. A alternativa encontrada pela prefeitura é uma opção diante da necessidade do investimento e da falta de recursos ocasionada especialmente pela redução de arrecadação nos últimos meses, explica o secretário do Meio Ambiente, Nerio Susin.
Moradores do entorno da área em que deve ser instalado o novo canil são contrários à mudança. Um empresário, que tem terras na região e não quer se identificar, diz que existe uma preocupação com a preservação ambiental. São cerca de 50 famílias instaladas nas proximidades que, segundo ele, dependem da agricultura. Um dos pontos levantados é a possibilidade da contaminação da água necessária para tratar dos animais.
A prefeitura, por outro lado, garante que todas as normas serão seguidas para garantir que não ocorra poluição. O secretário do Meio Ambiente afirma que a oposição de moradores tem caráter pessoal, mas que o município preza pelo interesse coletivo:
— Nós somos a Secretaria de Meio Ambiente. Nós cuidamos do atendimento da política nacional de meio ambiente. Então, nós não podemos fazer um entendimento que vá poluir, o que eles chamam de poluição. Nós vamos cumprir o que a legislação determina, diz Susin.
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Um processo de usucapião, em que um morador reivindica a posse do imóvel por ocupa-lo por um período longo de tempo, também tramita em relação à área que deve ser transferida ao município. Susin afirma que a administração municipal está a par desta situação, mas que a transação só será concluída quando a empresa entregar toda a obra pronta e, portanto, entende que este não é um problema do poder público.
Uma licitação para construção na atual área do canil chegou a ser realizada e definiu o custo do investimento em R$ 3,7 milhões, mas agora a prefeitura refez os planos com uma previsão de valores mais baixos. Conforme o secretário, a negociação está estimada em aproximadamente R$ 2,5 milhões. O terreno do município foi avaliado pelos técnicos da prefeitura em R$ 2,5 milhões, enquanto a outra área de terras, em R$ 1,2 milhão. A diferença de R$ 1,3 milhões será, de acordo com Susin, dissolvida pela construção das obras civis.
Em março, antes do avanço da pandemia, o secretário garantiu que a obra sairia ainda neste ano. Cinco meses depois, ele diz que a agilidade vai depender do interesse da empresa envolvida na permuta, mas afirma que se trata de uma “obra simples”.
O Canil Municipal abriga hoje cerca de 700 animais, entre cães e gatos.