
Diretores de 81 escolas municipais de Caxias do Sul, que atendem parte da Educação Infantil e todo o Ensino Fundamental, são contrários à volta às aulas presenciais. O entendimento é que ainda são altos os níveis de contaminação pelo coronavírus, o que coloca em risco a saúde da comunidade escolar. Além disso, as direções escolares avaliam que é difícil manter o controle das crianças para que elas sigam os protocolos de distanciamento e higienização. Outro ponto levantado pelas equipes diretivas é a falta de treinamento a respeito do retorno às atividades para os professores e funcionários.
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Em entrevista ao Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta segunda-feira (17), a diretora Cristiane Beltrame Padilha, que está à frente da Escola Ilda Clara Sebben Barazzetti, explicou que a posição contrária ao retorno presencial é unânime entre as equipes diretivas da rede municipal de Caxias. Segundo ela, que representa a Comissão de Diretores das Escolas Municipais de Caxias, uma das preocupações é a falta de planos de contingência para controle da doença:
— Nós não estamos nos negando a trabalhar. Estamos dizendo que isso (o retorno) é perigoso. Aliás, por falar em trabalho, o teletrabalho e os estudos monitorados nos dão muito trabalho e uma carga horária muito além do que seria a nossa rotina diária. Mesmo não sendo a melhor opção, nós avaliamos como a solução possível e segura neste momento que a gente vive, quando os números crescem sem parar e as pessoas ainda não entenderam que nós estamos vivendo uma pandemia.
A volta às aulas presenciais foi levada a debate com os prefeitos pelo Governo do Estado na semana passada. O calendário de retorno prevê que a Educação Infantil seja a primeira a voltar, em 31 de agosto. O Ensino Superior seria autorizado a retornar em 14 de setembro, seguido pelo Ensino Médio uma semana depois. O Ensino Fundamental retornaria em duas etapas: primeiro, os Anos Finais, a partir de 28 de setembro, e depois os Anos Iniciais, em 8 de outubro. Pela proposta, os municípios terão autoridade para definir se aderem ou não ao retorno presencial, que deverá ser autorizado pelos pais.
Pesquisa feita pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) mostra que 93% dos prefeitos são contrários a este calendário de volta às aulas. A maioria aponta que a volta deveria se iniciar pelo Ensino Superior.
Ouça a entrevista na íntegra: