Para recompor a ligação entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, que despencou com a chuvarada em 30 de junho, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) diz ter verba garantida pelo governo do Estado. A estimativa é que o custo chegue a R$ 2 milhões. Segundo o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino, do ponto de vista da engenharia, a situação da RS-448 é mais grave do que a queda de barreira que ocorreu na RS-122, em novembro do ano passado. À época, houve deslizamento de rocha e terra sobre as pistas. O trabalho foi de detonação, limpeza e estabilização da encosta e levou 43 dias.
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– Na 448, a ruptura foi de tal forma que levou toda a pista e o talude abaixo dela para o fundo do vale. É uma situação que acaba sendo mais complexa para reconstrução da rodovia. O governo do Estado nos autorizou a fazer uma reprogramação orçamentária para garantir o recurso dessa obra – explica Faustino.
Na fase atual, o Daer solicitou a elaboração de um projeto base a uma empresa que já tem contrato de prestação de serviço de assistência técnica com a autarquia. Por sua vez, essa empresa contratou um geólogo para analisar o terreno na altura do Km 39,5, em Vila Jansen, em Farroupilha, e apresentar um levantamento topográfico. O profissional esteve no local, solicitou a limpeza da vegetação da encosta superior e deve retornar nos próximos dias. O que o Daer espera dessa avaliação é saber se é possível escavar o suficiente em largura para a abertura de uma faixa de tráfego que possibilite liberação de trânsito alternado, como uma espécie de desvio ao vão de 63 metros que desmoronou na trajetória original. Seria uma medida provisória até que um estudo determine qual a solução definitiva.
– Se for uma possibilidade existente, vamos trabalhar acelerado para executar, porque é muito importante para que a comunidade não fique ilhada (de Nova Roma do Sul) – considera Faustino.
Caso não seja possível a abertura desse desvio, o diretor-geral diz que o Departamento vai trabalhar direto na reconstrução do trecho como um todo. Há duas possibilidades e a ideia é verificar o custo benefício de cada uma delas: fazer a reconstrução e contenção da encosta abaixo da rodovia, desde o fundo do vale até o ponto do desmoronamento, e refazer o pavimento ou, pode ser, escavar a encosta acima da pista para abertura de toda uma nova estrada. Essa última seria a medida mais simples, porém, é preciso saber se a montanha permite a escavação. Quanto à pista que sobrou na estrada, Faustino diz que não pode ser utilizada sem que antes seja feita uma contenção embaixo dela.
Diferente do caso da queda de barreira da RS-122, em que o serviço foi incluído no contrato que o Daer mantém com a empresa responsável pela conservação das rodovias da Serra, o trabalho necessário na 448 não tem previsão contratual e a execução da obra terá de ser contratada. Para evitar o trâmite de uma licitação, um processo administrativo foi aberto no dia seguinte ao fato em que a situação da rodovia foi considerada de emergência. Com isso, o Daer pediu o projeto base (fase atual) e, em seguida, fará um pregão eletrônico simplificado para contratar uma empresa de forma emergencial. Isso significa que a empreiteira terá seis meses para entregar a obra.
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A RS-122, na altura do Km 43, em Farroupilha, só deve ter a terceira faixa restituída mais perto do final do ano, segundo o Daer, se o orçamento permitir. Um trecho da pista no sentido São Vendelino-Farroupilha segue com afunilamento no Km 43, onde houve queda de barreira no dia 4 de novembro do ano passado. A demora na liberação se deve à crise econômica do Estado que se agravou em função da pandemia causada pelo novo coronavírus. Além disso, a RS-448 passou a ser prioridade a partir do desmoronamento no final de junho. A ideia é deixar a 122 nas condições originais antes de entregá-la à concessão.
Sobre a situação precária do pavimento das rodovias da Serra, o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino disse que, neste momento, via de regra elas receberão apenas manutenção paliativa:
– Esse é um ano de tapa-buracos. Mas, esperamos fazer ainda neste ano pequenas reperfilagens, pequenos trechos de asfalto novo onde há muita concentração de buracos. Está programado para esta semana uma intervenção um pouco maior na RS-453, na altura do barracão. A partir de agosto, esperamos um aporte de recursos mais significativo para conservação de rodovias, daí, vamos programar uns serviços melhores na Serra, entre agosto e setembro. Do montante que vamos receber, pelo menos uns R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões devemos aplicar na Serra.