O Exército vistoriou, na manhã desta sexta-feira (3), o km 39,5 da RS-448, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, para verificar a possibilidade de restabelecer o tráfego por meio da instalação de uma estrutura provisória. Parte do leito da estrada desmoronou na última terça-feira (30) devido à quantidade de chuva que atingiu a região, mas o trânsito está totalmente interrompido devido à instabilidade do terreno.
A inspeção foi realizada por integrantes do 3º Batalhão de Engenharia de Combate de Cachoeira do Sul a pedido das prefeituras dos dois municípios. Durante a verificação, técnicos mediram o terreno e verificaram as condições logísticas, incluindo possíveis locais para o armazenamento de equipamentos na Vila Jansen, que fica nas proximidades.
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Segundo o prefeito de Nova Roma do Sul, Douglas Pasuch, a ideia é implantar uma espécie de ponte metálica, apoiada nas duas pontas do trecho que desmoronou. A estimativa é de que a estrutura tenha cerca de 100 metros. Agora, de acordo com o prefeito, o batalhão vai analisar a viabilidade da medida, com definição prevista para a próxima semana.
— É um equipamento grande, reforçado, não sei se vão ter — pondera o Pasuch, que acompanhou a vistoria.
Já o prefeito de Farroupilha, Pedro Pedrozo, confia que a estrutura provisória pode permitir a retomada da ligação com Nova Roma do Sul em um tempo curto, até que se viabilize o conserto definitivo.
— Tô feliz, acho que pode dar certo. A previsão é que venham com cerca de 100 pessoas para fazer uma ponte em cerca de 10 a 15 dias — comemora.
Além de permitir o acesso a comunidades do interior de Farroupilha, a RS-448 é importante especialmente para moradores de Nova Roma do Sul, já que a rodovia é o único acesso pavimentado para o município. Outro acesso importante, a balsa sobre o Rio das Antas, na divisa com Nova Pádua, chegou a ficar fora de operação devido à cheia do rio, mas voltou a funcionar nesta quinta-feira (2). Via terrestre, o caminho recomendado para acessar a cidade é a RS-437, passando por Antônio Prado. A estrada passa por obras de pavimentação, por isso nem todos pontos já possuem camada asfáltica.
Enquanto os municípios tentam viabilizar a liberação do tráfego de forma emergencial, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) decretou emergência do trecho para acelerar o processo de reconstrução. Ainda assim, o diretor-geral do órgão, Luciano Faustino, afirma que levará meses até as condições de trânsito serem totalmente restabelecidas. Por conta disso, o diretor apoia a proposta de buscar ajuda junto ao Exército.
— Aguardamos o Exército apresentar a proposta que garanta segurança aos usuários. Sendo possível, vamos aprovar rapidamente. A solução, no entanto, é reconstruir a pista. Essa estrutura é para restituir o tráfego e forma provisória — lembra Faustino.
O superintendente regional do Daer em Bento Gonçalves, Luis Claudio Leal, acompanhou a vistoria do Exército. Uma equipe de topografia de uma empresa contratada pelo Daer deve comparecer no ponto do desmoronamento ainda nesta sexta para colher os primeiros dados para definir a forma de reconstrução e a elaboração do projeto. Em seguida, será necessário definir os quantitativos de material que será utilizado e o orçamento para a realização de um pregão simplificado que contratará a empresa responsável pela obra. Ainda não há estimativa do custo da reconstrução.
— Pelo tamanho do estrago vai ser uma obra volumosa, mas a parte burocrática esperamos que seja rápida — projeta Faustino.
A reportagem procurou o 3º Batalhão de Engenharia de Combate, mas não havia recebido retorno até a publicação desta reportagem.