Mesmo com regras mais rígidas impostas pelo último decreto municipal, o sábado de sol levou muitos caxienses de volta às ruas. Em família ou grupos de jovens, as pessoas frequentaram parques e praças, algo que ficou proibido aos finais de semana desde 9 de julho. Não chegou a haver aglomeração generalizada, mas além da presença nos locais, outras regras acabaram sendo desrespeitadas por muita gente, como não uso de máscara, por exemplo.
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O caso mais gritante de desrespeito ocorreu no Ecoparque e no Jardim Botânico, no bairro Nossa Senhora do Rosário. Isso porque os locais foram fechados pela administração pública ainda em março, mas muitos burlaram a proibição, acessando os locais por aberturas em cercas ou passagens improvisadas.
No Jardim Botânico, por volta das 16h20min, a reportagem flagrou adultos e crianças entrando por um vão na lateral da cerca. Dentro do complexo, no entorno da represa, casais estavam deitados na grama ou passeando, pais corriam com os filhos fazendo fotos, pelo menos um grupo de jovens parecia consumir bebida alcoólica e homens pescavam ignorando a fita de isolamento que foi colocada em uma parte que tem acesso direto pela Rua Atílio Andreazza. No lado de fora, cerca de 30 carros estavam estacionados. E havia quem estivesse curtindo a tarde de sol sentado no gramado que fica entre a rua e a cerca, como a família do técnico eletrônico Elieser Mello, 45 anos. Ele veio com a esposa, Vivian Mello, 43, os filhos Helena, 15, e Heitor, 5, a sobrinha Talita Pereira, 36, e o marido dela Tiago Xavier, 35.
– Se está fechado, no meu ponto de vista, não é para entrar. Mas, também é complicado ficar todo mundo trancado em casa. Um pouco temos que sair. Tem que ter um pouco de equilíbrio – ponderou Elieser.
O diretor da Guarda Municipal, Jeferson Ricardo Vargas, explicou que não há restrição quanto ao gramado nem a estacionar desde que não haja aglomeração ou som alto.
No Ecoparque, que fica em frente, da rua era possível ver crianças brincando na pracinha, pessoas caminhando e sentadas no gramado. Este também é um local cercado. O Parque Cinquentenário foi o único dos três fechados onde parecia não haver ninguém.
A regra para não frequentar praças e parques vale, nos finais de semana, também para lugares abertos, como o Parque Getúlio Vargas (Macaquinhos), no Centro, e a Lagoa do Rizzo, no Desvio Rizzo, dois dos pontos que costumam reunir muitas pessoas em Caxias. No Macaquinhos, por volta das 17h, a circulação era pequena, mas havia pessoas correndo sem máscara, outras caminhando, um grupo de adolescentes sem a proteção individual andando de bicicleta. Um casal que passeava com um cão disse que, minutos antes da chegada da reportagem, a Guarda Municipal e o Exército fizeram abordagens e dispersaram os frequentadores.
Na Lagoa do Rizzo, a situação era parecida: caminhadas, ciclistas, grupos em que se tomava chimarrão e outros cerveja. Mas, lá, havia mais gente sem máscara. Foi o caso de uma família, em que pai, mãe e criança estavam sem o item. Quando questionados, o homem, que não quis se identificar, disse que não colocaram a peça por estarem em ambiente ao ar livre sem aglomeração e mostrou que estavam no bolso.
Outras praças de bairros tinham muitas pessoas como no Fátima Alto, na Lagoa do Parque Oásis e na que fica ao lado da Central de Polícia, no Jardim América.
O diretor da Guarda confirmou a ação que teve participação também da Fiscalização da Secretaria de Urbanismo, da Fiscalização de Trânsito e do Exército.
– Essa força-tarefa teve como foco os parques abertos à população e aqueles que, por mais que não sejam abertos, têm fácil acesso, como o Jardim Botânico, que tem algumas falhas no cercamento que as pessoas aproveitam para poder utilizar o local. Muita gente nos parques não respeitando a ordem do decreto municipal de não permanência nos locais – comentou Vargas.
Sobre a 'invasão' ao Jardim Botânico, o diretor disse que a Guarda tem orientado os frequentadores que e pedido que se retirem.