O prefeito de Caxias do Sul, Flavio Cassina (PTB), disse estar apreensivo para uma resposta do governador do Estado, Eduardo Leite, em relação ao pedido de retorno da bandeira laranja para a região da Serra. Nesta segunda-feira (15), por meio de decreto estadual, o governador anunciou que a região entrou na bandeira vermelha, tornando mais rígidas as regras diante do distanciamento controlado no combate ao coronavirus.
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O chefe do executivo caxiense concedeu entrevista ao programa Gaúcha Hoje da Rádio Gaúcha Serra na manhã desta terça-feira (16). Segundo ele, mesmo depois de uma reunião realizada na tarde da segunda-feira com prefeitos da região e o governador, não se chegou a um entendimento para o pedido de retorno da bandeira laranja. Para Cassina, o grande problema na mudança com obrigações mais severas contra o coronavírus, com a bandeira vermelha, é o fato do governador mudar a “regra do jogo durante o próprio jogo”. Isso, na visão de Cassina, atrapalha os planos de prevenção da própria administração municipal e também do empresariado caxiense que vinha cumprindo com as determinações do Estado.
_ Nossa expectativa agora é que o governador se sensibilize com a comunidade caxiense e que dê uma segurada durante alguns dias para nos adequarmos às novas formas, caso não aja um retorno à bandeira laranja. Mesmo assim, nós da administração municipal, temos noção que estamos usando todos os procedimentos corretos em relação aos cuidados contra o coronavírus na cidade, _ salienta.
Cassina considera que os critérios utilizados para a mudança de bandeira para Caxias do Sul e Serra foram injustos, principalmente com os municípios menores, já que estes possuem realidades diferentes, como o número de população. O prefeito ainda afirma que Caxias não cometeu erros nos números enviados sobre o coronavírus para o governo do Estado e, segundo Cassina, o Estado possui uma forma de interpretar os números que talvez seja diferente do olhar da administração municipal.
_ O que a gente acha é que nossos critérios e procedimentos são corretos e estão sendo feitos dentro da preservação da vida, que é o principal. Mas, ao mesmo tempo, ele (governador) tem outros critérios, um pouco mais complexos, matemática pura. Por exemplo, a projeção de óbitos é uma coisa muito difícil de se prever, só para ter uma ideia. Quem é que vai saber se daqui 15 dias teremos seis, 10, ou 12 óbitos? É impossível! Aguardaremos a posição do homem (governador) _ completa.
Quem aguarda também com expectativa um novo posicionamento do governador em relação ao distanciamento controlado na Serra é o Presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e prefeito de Cotiporã, José Carlos Breda. Segundo ele, a reunião com o governador Eduardo Leite foi produtiva. Breda salienta que Leite ouviu com atenção os pedidos dos prefeitos, mas defendeu o modelo implementado pelo governo no Estado no enfrentamento do coronavírus. Para Breda, foi um bom momento para que o governador ouvisse as reivindicações e pudesse, na medida do possível, ter sensibilidade para quem sabe alterar a bandeira da Serra.
_ Construímos um bom momento juntos, governador e prefeitos, no intuito de aperfeiçoarmos um modelo de distanciamento controlado do Estado, levando em consideração outros fatores que não só os números de tendência apresentados pelo próprio Estado _ finaliza Breda.
O governador do Estado realiza neste momento um novo encontro com o gabinete de crise que foi formado para criar e estabelecer os processos e decisões do modelo de distanciamento adotado pelo governo Leite. Conforme a assessoria, o governador deverá se manifestar durante a tarde de hoje em relação às reivindicações dos prefeitos da Serra.