Apesar da possibilidade de acessar conteúdo pela internet, a maioria das famílias com filhos matriculados na rede municipal de Caxias do Sul ainda prefere retirar material impresso nas escolas para o desenvolvimento das aulas a distância. É o que o aponta um mapeamento da Secretaria Municipal da Educação (Smed).
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Com base em um questionário encaminhado para 81 escolas municipais da cidade, as famílias relataram que preferem receber conteúdos em papel. Isso significa que os pais ou responsáveis precisam se deslocar até a escola para retirar os materiais. As atividades são distribuídas semanalmente ou quinzenalmente para mais de 40 mil alunos. Desse total, cerca de 19 mil estudantes devolveram as atividades em casa, conforme a Smed.
— A maioria massiva dos estudantes está utilizando o recurso impresso. Por mais que apresentemos possibilidades por meio do portal do estudante, redes sociais e ferramentas específicas, mesmo assim, muitos que têm acesso (à internet), solicitam impresso. Uma das questões é a falta de impressora — aponta a titular da Smed, Flávia Vergani.
Apesar de não haver dados compilados sobre quantos alunos têm ou não acesso à rede, um dos gráficos do questionário mostra, por exemplo, que as atividades chegaram até aos alunos de forma impressa em 64 escolas, enquanto integrantes de apenas nove usaram o portal do estudante e turmas de outros 20 colégios preferiram o WhatsApp. Mesmo assim, as escolas informam terem adotado recursos digitais. Vinte e cinco delas, o maior número, optou pelo Facebook. A rede social está servindo como ferramenta para recados e informações.
Uma das dúvidas é saber se há barreiras para acessar os conteúdos digitais, mas o questionário da Smed não obteve dados precisos no item "A escola mapeou o nível de inclusão digital da comunidade?".
Uma nova rodada da pesquisa será enviada nas próximas semanas, mas, desta vez, com foco em dados. A etapa de avaliação das tarefas deve iniciar em breve, segundo a secretária.
Até lá, a Smed estuda a possibilidade de voltar às aulas em forma de escala. A ideia é dividir as turmas. Uma sala de 30 alunos teria metade deles na escola durante uma semana enquanto a outra parte ficaria no formato não presencial, até efetivar a troca na semana seguinte. Assim, seriam cumpridos os protocolos que proíbem aglomeração
— É uma grande possibilidade que esse formato venha a se concretizar, não sabemos quando, temos que acompanhar a doença e o quadro de Caxias. Uma escola de 500, 800 alunos tem característica de evento, é muita gente reunida — pondera Flávia.
Nesta semana, diretores de escolas foram convocados, em grupos separados, para reuniões em que é tratada também a possibilidade de que as aulas sigam no decorrer do mês de janeiro para compensar a falta de aulas presenciais deste período. A maior preocupação, conforme a secretária, é a alfabetização dos pequenos.
Já o governo do Estado deve anunciar na próxima segunda-feira (15) um posicionamento sobre o retorno das aulas presenciais. Desde maio, o governo de Eduardo Leite trabalha com a possibilidade de retorno em julho.
FIQUE ATENTO
O Portal do Estudante pode ser acessado no site estudantes.caxias.rs.gov.br. Cada escola tem uma pasta onde está disponível conteúdo e atividades aos alunos.