Com o endurecimento de medidas restritivas no sábado (13), após quatro regiões gaúchas terem passado do risco médio de contaminação do coronavírus para o alto, o cronograma de volta às aulas presenciais no RS foi adiado. Na semana passada, o governador Eduardo Leite (PSDB) havia afirmado que nesta semana, possivelmente na segunda-feira (15), falaria sobre o retorno de algum nível de ensino ainda em julho. Contudo, depois das regiões de Caxias do Sul, Santa Maria, Uruguaiana e Santo Ângelo, que eram classificadas como laranja no modelo de distanciamento social controlado serem enquadradas na bandeira vermelha pelos próximos 14 dias, ele afirmou que o calendário segue indefinido e que um panorama talvez seja informado na próxima semana.
Leia mais
Maioria das famílias solicita tarefas impressas em escolas para alunos da rede municipal em Caxias
Escolas estaduais começam adaptação à plataforma virtual durante o mês de junho
Desafio de escolas municipais de Caxias é trabalhar mais de forma digital
Coordenadorias fazem levantamento de dados sobre rede estadual de ensino no RS
Aulas serão retomadas nas redes pública e privada de forma remota a partir de segunda-feira no Estado
Professores municipais de Caxias voltam às salas de aula
Leite frisou que, se o cenário da covid-19 continuar se agravando, não haverá possibilidade de retorno parcial em 1º de julho, como chegou a ser cogitado.
— Ainda estamos analisando se começaremos pelo Ensino Médio, pelo Ensino Infantil... Isso está sendo discutido. Inclusive, qual será, efetivamente, a data da primeira etapa, que se projetava poderia ser em 1º de julho. Se continuarmos a observar um agravamento da situação que sugira riscos maiores, evidentemente, não vamos arriscar um retorno precipitado das aulas.
Suspensas desde 19 de março, as aulas no Estado estão programadas para serem retomadas por etapas, conforme afirmou o governador. No entanto, ainda não está definido se as primeiras a retornarem serão as crianças, já que muitos pais precisam trabalhar e não tem onde deixar os filhos, ou ainda os adolescentes que cursam o ensino médio, e precisam se preparar, principalmente, os do último ano, para encarar o vestibular .
Coordenadora orienta pais a acompanharem tarefas dos filhos
Com a mudança, a rede pública de ensino busca alternativas para entregar os materiais a estudantes da Serra. A titular da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Viviani Devalle, afirma que as escolas estavam preparadas tanto para o retorno presencial, quanto para a necessidade de seguir com diferentes metodologias não presenciais de ensino. Ela ressalta que neste momento seria arriscado retornar às salas de aula. Ainda segundo ela, as tarefas estão sendo encaminhadas online, e caso os pais ou alunos não tenham acesso à internet, cada caso será avaliado para garantir que o aluno receba o conteúdo.
— Os conteúdos que foram entregues aos estudantes de 19 de março a 30 de abril foram recolhidos, e corrigidos, para que possamos devolver a eles, mas isso será feito quando mudar a bandeira. Agora estamos buscando alternativas para encaminhar as atividades a todos, com um levantamento da melhor forma de chegar aos estudantes, sem colocar ninguém em risco. A ideia é encaminhar online, mas quem precisa impresso irá receber, de maneira segura, porque não podemos deixar os alunos sem acesso a esse aprendizado.
Ela orienta os pais a manter contato com o colégio dos filhos, buscar informações em grupos, redes sociais e por aplicativos de conversa para acompanhar às atividades dos alunos:
— Caso os pais não tenham acesso à internet, os professores estão à disposição para atender por telefone e assim que mudar a classificação, podem atender presencial nas escolas com todos os cuidados. Peço aos pais que acompanhem as atividades que os filhos recebem para que eles realmente façam os exercícios, que nos ajudem a fazer chegar até eles essa aprendizagem que é necessária e que eles precisam.
Além disso, as aulas da rede estadual de ensino entram em uma nova fase com a implantação da plataforma do Google Classroom que esta à disposição de alunos e professores com intuito de fazer com que o ano letivo não seja perdido.
— Terá uma capacitação online nos meses de junho e julho para esse letramento digital para que alunos e professores tenham acesso ao funcionamento desta plataforma.
Em Caxias, professores seguem em sala de aula
Em Caxias do Sul, a orientação é de funcionamento das escolas, sem os alunos, com a presença de 25% dos professores, que são aqueles que estão encaminhando os estudos monitorados, online, aos estudantes:
— Estamos analisando como será a situação na próxima semana. Temos conversado com a 4º CRE para adotar os mesmos critérios e buscar alternativas para que nenhum aluno seja prejudicado. A ideia é chegar a todos eles, e estamos priorizando as plataformas digitais, como o portal do estudantes, email, aplicativos de conversas para entregar o conteúdo — explica a secretária de Educação de Caxias, Flávia Vergani.
Sobre a entrega de material impresso àqueles alunos que não têm acesso à internet, ela garante que são poucos que ainda não retiraram os conteúdos. Ela reitera que a entrega de conteúdos será online, mas se tiver poucos pais, e de forma controlada, serão entregues impressos.
— Muitas escolas já entregaram na semana passada o material porque os professores haviam adiantado o conteúdo. Há algumas escolas que realmente fazem às entregas com material impresso, mas com todos os cuidados. Como na semana passada fizemos essa organização, caso ainda tenha alguém que não recebeu será entregue com horário marcado. Enfim, cada escola irá analisar o caso e optar pela maneira mais segura para evitar riscos de contágio.
Leia também
Prefeito de Caxias diz estar apreensivo sobre decisão do Estado em relação à mudança de classificação de bandeira
Com bandeira vermelha, municípios da Serra se mobilizam para compra de vagas em UTIs
No segundo dia com bandeira vermelha, parte do comércio abre em Caxias do Sul