A etapa mais aguardada do projeto de produção local do ventilador pulmonar Frank 5010, desenvolvido por um grupo de engenheiros voluntários sob coordenação do TecnoUCS e orientação do Hospital Geral (HG), de Caxias do Sul, ocorreu com sucesso nesta sexta-feira (15). O aparelho, criado para suprir a falta de respiradores no mercado nacional diante da pandemia do novo coronavírus, teve seu desempenho aprovado após ser utilizado em uma paciente internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O equipamento será apresentado, neste sábado (16), ao governador do Estado, Eduardo Leite, durante a entrega de 10 novos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Hospital Geral de Caxias do Sul.
Segundo Alexandre Avino, diretor técnico do HG, um primeiro teste em um suíno já havia sido realizado na quarta-feira (13), demonstrando bons resultados que garantiram a permissão da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para a aplicação em humanos. Além do teste realizado nesta sexta-feira, das 14h30min às 15h30min, o dispositivo será aplicado em outros nove pacientes, completando o projeto de pesquisa do ventilador pulmonar e compondo um conjunto de processos para a homologação do equipamento pela Anvisa.
— Tudo se resumiu a hoje, este funcionamento era decisivo pois se não mantivesse os parâmetros teríamos que repensar tudo. Felizmente, ele repetiu a performance e acreditamos que repitirá nos próximos pacientes — afirma o diretor.
De acordo com ele, os resultados obtidos pelo Frank 5010 podem ser considerados perfeitos, pelo fato do aparelho ter mantido adequadamente o ciclo respiratório e a eficiência no processo de ventilação pulmonar da paciente. Para o médico, os dados obtidos pela pesquisa e a pela avaliação clínica demonstram que o equipamento apresentou segurança e confiabilidade em seu primeiro uso com humanos.
Os três primeiros aparelhos prontos para uso foram entregues há apenas uma semana no HG. Em uma corrida contra o tempo, os envolvidos com o projeto agora mantém contato permanente com a Anvisa para a liberação dos aparelhos. Conforme Avino, peças já foram adquiridas para a produção de 300 unidades destinadas a hospitais da cidade e região.
O objetivo do projeto é suprir a alta demanda por respiradores durante a pandemia. Os equipamentos serão disponibilizados no valor de R$ 20 mil. Segundo o diretor técnico, atualmente, os poucos aparelhos encontrados no mercado são de baixa qualidade e com valores que chegam a R$ 200 mil.