O pico de contágio e disseminação do coronavírus é previsto para o mês de maio e as atenções com a Serra gaúcha devem aumentar a partir desse período. Afinal, o frio deverá chegar e outras doenças respiratórias também irão gerar uma carga considerável para o sistema de saúde. Isso sempre foi uma projeção do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
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Ao mesmo tempo, esta semana também dará um cenário ainda mais realista da covid-19 na região, por dois motivos: os 14 dias de retomada econômica na região e a segunda rodada da pesquisa liderada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O administrador e consultor de gestão de projetos e riscos, Isaac Schrarstzhaupt, vê dois possíveis cenários para Caxias do Sul após a flexibilização do isolamento horizontal. Um é extremamente otimista e outro mais realista. No primeiro quadro, quase utópico, o vírus está controlado na cidade. Os pacientes estão todos no radar da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e os novos casos têm relações diretas com os já infectados. Assim, com estas pessoas passando pela quarentena e consideradas curadas, um novo surto só poderia ocorrer de forma importada.
No entanto, a tendência é de que tenhamos muitos assintomáticos e não notificados. Não é novidade que o movimento aumentou consideravelmente nas ruas desde o dia 17 de abril, com a reabertura do comércio. Considerando essa realidade, é possível afirmar que cada assintomático possa contaminar outras três pessoas, desde que ninguém use máscaras.
Com os cuidados devidamente tomados e a popularização das máscaras, esse número cai. Cada contaminado poderá transmitir o vírus para mais uma pessoa, há de se considerar os descuidos naturais de qualquer ser humano. Logo, com mais pessoas circulando, há uma perspectiva que o coronavírus volte a ganhar uma disseminação em Caxias e que afetará diretamente o sistema de saúde.
De acordo com os cálculos utilizados por Isaac, que teve acerto quase exato em abril, o município está no seu melhor cenário desde o dia 11 de abril, data da confirmação do primeiro paciente. O crescimento é de 4% ao dia, muito distante dos 25% das primeiras semanas. Muito se deve ao isolamento horizontal e que mostrou resultados em todo o Rio Grande do Sul. Só que a flexibilização poderá alterar o cenário.
— As pessoas estão de volta às ruas, mas estão com mais cuidados e usando máscaras. Então, acho muito difícil que suba para um surto descontrolado de novo (como no início da pandemia). Aí, se usarmos exemplos de países que já têm cultura de máscara e tiveram aumento (de infectados), eles estão subindo em torno de 10% a 12% por dia. Subindo dos nossos 4% para 12%, a projeção de ocupação máxima dos leitos, que seria em agosto, poderá ocorrer na metade de maio ou início de junho — ressalta Isaac.
Um exemplo muito próximo e que serve como exemplo é o de Passo Fundo. As indústrias da região retornaram no dia 3 de abril e, no dia 17, começou a curva crescente, que agora entrou em surto e já passou de 100 infectados. Caxias do Sul e os demais municípios da Serra tiveram as flexibilizações entre os dias 13 e 17. Logo, a semana que se inicia fechará os primeiros 14 dias. Os próximos dias poderão ser um termômetro do que será o mês de maio na região.
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