Nesta quinta-feira (2), uma nova remessa de vacinas contra Influenza começou a ser aplicada no público-alvo em Caxias do Sul. Nesta primeira fase, a meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% dos idosos e profissionais da saúde.
Em Caxias do Sul, durante a manhã, foram registradas aglomerações em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS's), casos do Centro, Fátima Alto e Rio Branco, por exemplo. Na UBS do Desvio Rizzo, por outro lado, os profissionais da saúde optaram por realizar as vacinas no estilo drive-thru, para evitar a proximidade entre o público.
O presidente do Conselho de Saúde de Caxias, Alexandre Silva, explica que recebeu diversas reclamações por parte de usuários e de conselheiros locais a respeito do modo de organização da vacinação. Ele informa que verificou algumas UBS's, na manhã desta quinta-feira (2), e muitas apresentavam aglomeração.
— Esse público que está buscando a imunização é, na verdade, o que mais está morrendo com o coronavírus. Então, tu confundes os idosos, porque primeiro tu alegas que eles não podem sair de casa e depois tu marcas uma campanha de vacinação onde eles têm que ficar com várias pessoas no mesmo local e, hoje, na chuva — explica.
De acordo com o presidente do Conselho de Saúde de Caxias, o órgão não faz parte do Comitê de Crise organizado pelo município. Ele diz que a Secretaria Municipal de Saúde já foi questionada a respeito, mas, num primeiro momento, alegou esquecimento. E, depois, disseram que iam chamá-los. No entanto, até o momento, o Conselho não foi acionado para tal.
— A sugestão do Conselho, mesmo não participando do Comitê de Crise, é, primeiramente, que isso deveria ser feito em casa. Vários municípios, inclusive na Serra, estão fazendo as vacinas nas residências dos idosos. Um plano B, se isso não fosse possível, eram agendamentos. E, outra sugestão, seria realizar a vacinação em escolas, igrejas ou centros comunitários, que possuem um espaço físico maior, possibilitando maior distanciamento entre o público-alvo — expõe.
O secretário municipal da Saúde, Jorge Olavo Hahn Castro, explica que foi um falha de comunicação e que, na próxima vídeo-conferência o Conselho Municipal de Saúde será convidado a participar.
— O Comitê de Crise reúne duas ou três pessoas de forma presencial, para evitar aglomerações. Iremos fazer uma reunião geral, mas por vídeo-conferência e, nesta, convidaremos o presidente do Conselho Municipal de Saúde porque realmente foi uma falha não ter chamado-o — explica.
Em relação aos registros de aglomerações no município, Castro defende que isso ocorre porque o Governo Federal está disponibilizando um número abaixo da cota prevista aos municípios. Por isso, quando novas doses chegam, o público-alvo mobiliza-se para vacinar-se o mais rápido possível.
— As pessoas sabem que estamos recebendo um número muito reduzido de vacinas. O Governo Federal está entregando abaixo da cota prevista. E, sabendo disso, a população quer receber primeiro a vacina e vai para a fila. Isso vai continuar acontecendo. Já tentamos maneiras diferentes, mas é impossível evitar as filas — expõe.
Em relação a ideia de vacinar os idosos em suas residências, o secretário entende como inacessível:
— Nos municípios menores, ir vacinar nas casas é possível. Mas em Caxias são cerca de 60 mil idosos, imagina quanto tempo demoraríamos para vacinar todos eles. Para isso, precisaríamos de uma equipe enorme e de um tempo que não temos. Então, vacinar 60 mil idosos nas residências é irreal.