O novo coronavírus e o isolamento social para combater a covid-19 mudaram o cenário de Caxias do Sul. Ao circular pelos bairros e ruas centrais da cidade nada lembra uma segunda-feira normal de março, quando centenas de pessoas deixam suas casas logo cedo para se dirigir ao trabalho. O município pulsante com carros e ônibus transitando, pessoas conversando, entrando e saindo de lojas, mercados com filas para garantir as ofertas do inicio da semana e empresas e indústrias produzindo a todo vapor tem uma nova paisagem.
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É como um domingo de verão ou um feriado prolongado em que a maioria das pessoas está em suas casas, mas desta vez até mesmo os bairros estão mais silenciosos. As ruas agora são vazias - com um ou outro morador caminhando sozinho ou com o cachorro. As paradas de ônibus também vazias ou ocupadas por no máximo duas pessoas e parques desertos onde o silêncio das vozes humanas permite escutar o cantar dos pássaros.
O movimento de carros nas perimetrais e rodovias era menor dos quem em bairros como o Cruzeiro e o Kayser. Mesmo nestes pontos, a circulação de pessoas era tímida e o movimento de veículos muito abaixo do normal. O vazio da cidade obedece ao decreto publicado pela prefeitura de Caxias do Sul na última sexta-feira. Com o comércio e as indústrias paradas e apenas serviços essenciais de portas abertas, é mais fácil evitar aglomeração de pessoas. Em bairros da periferia, como o Eusébio Beltrão de Queiróz, a circulação seguia, principalmente, em função dos catadores, que seguem com as atividades.
Nas quadras residenciais do centro de Caxias, parquinhos infantis e as ruas estavam silenciosas, seguindo a recomendação de não sair de casa, de não interagir com os vizinhos e de manter a família segura. Em lugares de intensa circulação como a Estação Principal de Integração (EPI) Floresta e na Imigrante, entre às 8h30min e 9h30min, pouco mais de dez pessoas circulavam em cada uma delas nesta manhã.
As ruas Pinheiro Machado, Ernesto Alves, Bento Gonçalves, Sinimbu, Os Dezoito do Forte, Visconde de Pelotas, Garibaldi, Treze de Maio e a Avenida Júlio de Castilhos também se mantinham desertas. A cada quadra era possível ver uma ou duas pessoas caminhando. Na Avenida Bom Pastor e na Rua Luiz Michelon, o movimento de pedestres e carro era mais intenso, até mesmo por serem bairros populosos, e com comércio e farmácias próprias. Mesmo assim, a movimentação de carros e a circulação de pessoas estava bem abaixo do normal. A ideia é que os dias fiquem ainda mais silenciosos.