:: ALEMANHA
"Na minha cidade atualmente são 20 casos e pouco mais de 450 pessoas em quarentena, maioria das escolas fechadas a partir de hoje e outras fecharão dia 18 de março até 17 de abril de 2020, bares, restaurantes, cinema, lugares de eventos fecharão a partir do dia 18 também.
Aqui é uma cidade um pouco menor por isso tomaram providências um pouco mais tarde porém em cidades maiores maioria dos estabelecimentos comerciais já fecharam ainda na semana passada. Supermercados lotados, pessoas comprando muitas coisas em especial papel higiênico e álcool gel que não tem mais em lugar nenhum, aqui está em uma fase de desespero, cidade está ficando menos movimentada conforme o passar dos dias mas as recomendações são para higienizar as mãos, permanecer em casa, evitar aglomerações e em caso de sentir algum sintoma que permaneça em casa por duas semanas e só ir ao hospital em caso de sintomas graves, inclusive violar uma quarentena ordenada é crime."
Letícia Fiorese, 21 anos, estudante caxiense que mora em Bautzen.
:: ITÁLIA
"Moro no Vêneto e aqui a gente entrou em quarentena um pouco antes da Itália inteira. A regra é ficar em casa. Acho que essas medidas vieram a calhar porque os números só estavam aumentando e agora devem começar a baixar. Não vou dizer que está sendo fácil, fico pensando nessas horas como a gente é frágil. Há pouco tempo estava tudo bem, o frio mais rigoroso do inverno estava começando a passar, e aí voltamos a ficar em casa, agora por causa do vírus.
Eu tinha bastante trabalho pra março e abril, tudo isso foi cancelado. Mas faz parte, a gente não pode reclamar se tem saúde, nossos amigos aqui também estão bem e isso é o que interessa. Volta e meia passa um caminhão com alto falantes pedindo que as pessoas fiquem em casa, parece toque de recolher, é muito bizarro estar vivendo isso. Muitas pessoas estão andando de máscaras, ficamos constrangidos até em espirrar nos espaços públicos.
A polícia fica monitorando e eventualmente aborda as pessoas para saber onde estão indo, é preciso ter uma autodeclaração para sair. Nunca valorizamos tanto a sacada do apartamento. Ficamos por lá e os vizinhos também fazem isso, inclusive tem campanhas divulgando horários para as pessoas tocarem juntas seus instrumentos, baterem palmas aos profissionais de saúde, entre outras ações; alguns colocam cartazes com dizeres motivacionais e desenhos coloridos.
É bonito as pessoas se apoiando, todo mundo tem que ter paciência, ninguém queria estar passando por isso. Aqui demoramos muito para tomar as medidas porque não tínhamos exemplo parecido conosco, acho que o Brasil precisa se conscientizar porque se chegar ao ponto que estamos pode morrer muita gente."
Bethina Baumgratz, 29 anos, fotógrafa de São Vendelino que mora em Pádua