A empresária caxiense Alessandra Nora integra o Women in 3D printing Brazil. O grupo é formado por 130 mulheres de diversas cidades que trabalham com impressão 3D na pesquisa, desenvolvimento de produto e por hobby. Pensando em ajudar médicos e profissionais da saúde que atendem pacientes infectados pelo coronavírus nos hospitais do país, elas lançaram o projeto Hígia.
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A iniciativa desenvolve modelos de protetores faciais por impressão 3D. A técnica permite a produção, de modo real, de qualquer desenho feito no computador, de um objeto, de uma peça ou de um equipamento. Dependendo do tamanho da peça, o objeto poderá ser impresso em até uma hora.
A ideia do grupo é criar uma rede com a participação de empresas, indústrias e profissionais, além das que já estão no projeto para ampliar a produção dos equipamentos e suprir a demanda dos profissionais da área.
Mais de 1.400 pessoas já estão cadastradas ao projeto em todo o país para imprimir os protetores. Em apenas quatro dias de campanha, o grupo já recebeu mais de 300 mil solicitações de protetores para hospitais e profissionais da saúde. Quem tem impressora 3D e quer se juntar ao projeto se cadastra ao programa (leia abaixo) e recebe os modelos digitais e as orientações para a impressão.
A iniciativa é essencial porque os médicos, profissionais da área de enfermagem e da saúde precisam de estoques de protetores faciais para utilizar em cima das máscaras cirúrgicas e dos óculos.
Conforme as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), as equipes têm que usar as máscaras cirúrgicas para cobrir o nariz e a boca, mas alguns hospitais pedem que sejam usadas máscaras conhecidas como N95, que são mais espessas, ajustam-se melhor em volta da boca e do nariz e bloqueiam partículas muito menores que as máscaras cirúrgicas. Para ampliar a proteção é indicado ainda o protetor facial. Os protetores não substituem o uso da máscara, mas formam uma barreira a mais de proteção para o rosto e pescoço.
Cada protetor produzido nas impressoras 3D pelo projeto é formado por uma haste para a cabeça que pode ser impressa com qualquer tipo de filamento para FDM, em impressoras de mesa 20x20 cm. O aparelho é montado com uma folha de acetato transparente.
– A iniciativa tem o objetivo de colaborar com os órgãos de saúde neste momento em que todo mundo está na luta contra a covid-19. O protetor facial será distribuído aos profissionais dos hospitais. Ele vai funcionar como um protetor destas máscaras, que já começam a faltar no mercado – explica a publicitária, que há dois anos dá aulas de criatividade e impressão 3D.
A caxiense mantém sete impressoras imprimindo cerca de 70 a 100 protetores por dia:
– Nossos modelos foram avaliados e validados por especialistas em pneumologia e atendimento de emergência de hospitais do Brasil para serem usados pelos profissionais. Com base nas avaliações deles fizemos pequenos ajustes e modelamos para que a produção fosse mais rápida e barata. Uma peça demora cerca de uma hora para ficar pronta – aponta.
Ela reitera que a preocupação é garantir uma impressão mais rápida para proteger os profissionais e combater o contágio pela covid-19.
– Estamos montando uma rede para nos dedicar a produção e logísticas de distribuição. Estamos recebendo doações de Caxias do Sul, da Serra e de todo o país. Muitas empresas estão colaborando para combater a pandemia. Estamos formando uma grande corrente do bem para vencer essa pandemia.
Participe:
1- Para quem tem impressora 3D e quer ajudar na impressão:
https://linktr.ee/maria–elizete–kunkel
2 - VAQUINHA para distribuição de materiais em todo o pais:
https://linktr.ee/maria–elizete–kunkel
3 - HOSPITAIS cadastrem-se para receber protetores!
https://linktr.ee/maria–elizete–kunkel
4 - SIGA a campanha pelo Instagram do capítulo brasileiro do Women in 3D Printing @womenin3dprinting–br
5 - Se você tem uma empresa que pode contribuir doando folhas de acetato, elásticos ou filamento de ABS, PLA e PETG para impressão, entre em contato com a Valéria no número (11) 9 6680-9153.
Forma de uso:
https://youtu.be/RdHIWCsMIpU
Instruções de montagem e higienização:
https://youtu.be/lsqqPOTKx8I
"O que você vai ficar imprimindo durante a quarentena?"
Em um vídeo nas redes sociais, a publicitária convoca todos que trabalham com impressão 3D, que conheçam quem tem o equipamento ou que queiram ajudar de outras formas para se unir à iniciativa.
– Precisamos de gente imprimindo com a gente. Nós mandamos o arquivo pronto, encaminhamos todas as orientações de impressão, e todo o suporte para quem nos ajudar nessa empreitada. Afinal o que você vai ficar imprimindo na quarentena? Não há barreiras geográficas, o negócio agora é nós produzirmos barreiras contra o vírus – ressalta.
Alessandra explica ainda que o modelo foi adaptado para ter uma menor altura, agilidade de impressão e baixo custo.
– Ele é adaptado com um pouco de acetato, gastamos cerca de 25 a 30 gramas somente de material, pode ser PLA, ABS OU PETG e nós temos a potencialidade de unir toda a comunidade makker, profissionais da engenharia, da arquitetura, pessoal que tenha uma impressora 3D em casa. Vamos nos unir a favor da nossa saúde.
O projeto precisa de doação de acetato já cortado para poder colocar na frente dos protetores, de filamentos para a impressão 3D, para distribuir à rede toda que está espalhada por todo o Brasil.
– Você pode se cadastrar caso queira participar desse grupo e nos ajudar na impressão desses materiais, pode fazer doações e centralizar nossa distribuição e pode cadastrar hospitais e profissionais da saúde que estão precisando com urgência receber esse material. Nós já temos muitas demandas e centralizamos dentro do grupo para organizar o processo de produção. Também temos uma vakinha para você doar quanto puder para que esses protetores cheguem às mãos de quem precisa dessa máscara – reitera.
Toda a renda adquirida por essa vakinha será controlada pelo Women, que é um grupo de mulheres que participam de ONGs, como o Mão 3D, que há anos faz a impressão de órteses para crianças que não têm os membros superiores.