O período de paralisação devido a pandemia do coronavírus traz dúvidas aos pais de crianças e adolescentes que estão no ensino privado. O período também faz as instituições buscarem alternativas neste período, como aposta de aulas em ambientes virtuais e contato direto com as atividades que são feitas em casa.
Por enquanto, as mensalidades referentes a março serão integrais na maioria das prestadoras destes serviços. Já as academias, como a maioria já faz pacotes trimestrais, por semestres e até anuais, a negociação precisará ser direta. Como todos empregam muitas pessoas, não há como dar descontos rapidamente e depois não ter como manter as folhas salariais.
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ESCOLINHAS
As relações comerciais dos pais com as escolinhas e creches do município vão ser decididas individualmente. A proprietária e pedagoga da Aldeia dos Anjos,Tanara Castilhos, ressalta que as mensalidades do mês de abril serão integrais, porque os custos da empresa já foram todos emitidos. No entanto, se a paralisação for além dos 15 dias, a situação poderá ser revista.
— Vamos averiguar a possibilidade de algum desconto, já que vamos diminuir algumas despesas. Porém, vale ressaltar que os pais assinam um contrato pela compra da vaga, o não pagamento pode acarretar na perda. Nós, enquanto empresa, temos os funcionários que dependem de seus salários para manter também suas famílias neste momento — ressalta Tanara, que complementa:
— É um momento muito complicado para todos nós, mas temos fé que tudo irá passar. Todas as escolas Infantis da cidade estão se unindo para passarmos por essa fase juntas.
Nesse período, é hora de se reinventar e manter ainda mais a proximidade com os pais. Na Aldeia dos Anjos, vídeos serão disponibilizados por redes sociais. Já na escolinha Anjo Sapeca, os responsáveis pelos menores recebem atividades diárias, que são preparadas pelo corpo docente.
— Eu me reuni com a equipe para preparar um material e que pudéssemos entregar aos pais para serem realizados em casa. As profes me enviam esse material e eu repasso aos pais com recomendações, áudios, vídeos e textos. Estamos mantendo este contato, e os pais nos fazem o feedback sobre como isso está ocorrendo — destaca Deivid Lopes, diretor pedagógico da instituição.
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR
No ensino mais avançado, tudo está em análise. As escolas particulares que atendem o Ensino Fundamental e Médio irão cobrar a mensalidade referente a março de forma integral. Caso as aulas não retornem, já está em discussão sobre como será a cobrança e se ela irá existir. Por enquanto, as escolas se adaptam em levar aulas pelas plataformas digitais. A Rede Caminho do Saber iniciou ontem os conteúdos online.
— Dessa forma, estamos otimizando o tempo dos alunos e professores que estão em casa, adiantando o conteúdo, sem a necessidade de recuperar após o retorno das aulas. Estamos seguindo todas as diretrizes de saúde, de educação e trabalhistas — explica Maristela Chiappin, diretora-presidente da escola.
No ensino superior, a FSG suspendeu as aulas presenciais e subistituiu por meios digitais, levando em conta que está sendo passado o mesmo conteúdo e professor de cada disciplina. Sobre as mensalidades, elas estão mantidas. Na UCS, as parcelas também serão cobradas de forma integral. A instituição iniciou na segunda-feira (23), aulas por vídeo-conferência e as primeiras análises são positivas
— Inciamos as aulas e a respota foi muito positiva. Os relatos são de um processo de integração maior com o professor, até as famílias participaram — ressalta Candido Teles, diretor administravivo e financiero da Fundação Universidade de Caxias do Sul.
ACADEMIAS
Em princípio, segundo o Procon, não se pode cobrar por um serviço que não está sendo prestado. No entanto, há situações de pacotes já contratados e descontos acordados. Cada situação precisará ser analisada individualmente e não há uma orientação definida.
Enquanto isso, sem data concreta para o retorno das atividades normais, as academias precisam se adaptar com a nova rotina. As realidades de estruturas físicas são distintas, mas os meios de manterem os alunos ativos são muito parecidos neste momento. A Bohrer, com sede no bairro Santa Catarina, disponibilizou um aplicativo e vídeos com exercícios através das suas redes sociais.
— A nossa frente agora é manter os clientes ativos pelas mídias sociais, aplicativos de exercícios para serem feitos em casa — ressalta Eduardo Bohrer, sócio da empresa.
O mesmo é praticado pela Ative, do Desvio Rizzo, que tem um quadro de 280 clientes ativos e aposta num contato direto entre os professores e os alunos
– Cada professor vai manter um contato diretamente com as pessoas que ele tem maior proximidade. A academia disponibilizou vídeos de aulas de exercícios funcionais e voltados para musculação. Todos de fácil acesso e que eles consigam fazer em casa – ressalta Dhiego De Gaspari, um dos sócios.
Mas o lado financeiro também pesará para os dois lados nesta relação. A Bohrer irá acrescer os dias parados para o contrato de todos os seus clientes. O foco agora é conviver dia a dia para manter a academia ativa e com seus profissionais recebendo em dia. Na Ative, como existem modalidades diferentes nos vínculos – de duas vezes por semana até o pacote livre – cada situação será analisada individualmente:
— Vamos ver se a gente irá prorrogar contrato ou se vamos recuperar essas aulas. Não tem como dizer que todos os contratos serão prorrogados. Vamos ter que analisar toda a questão financeira, porque não sabemos quanto tempo essa paralisação irá durar. Vamos avaliar com cada aluno — relata Dhiego.